A rádio mais antiga do Rio Grande do Sul prepara a sua volta. O jornal A Hora do Sul, em um movimento estratégico de expansão no mercado de comunicação regional, finalizou a compra da Pelotense. A comemoração será tripla. A emissora voltará ao ar no ano de seu centenário, no dia que o município irá celebrar 213 anos e o jornal chegar ao primeiro ano de atividades. Em 7 de julho, agora em FM, a 99.5 dará bom dia aos ouvintes, com uma programação intensa voltada ao jornalismo. Momento que irá entrelaçar a contemporaneidade do projeto editorial do A Hora do Sul com a tradição e o legado construídos pela Pelotense.
O anúncio dialoga com o #PelotasMerece, movimento de cidade lançado no mês de abril pelo jornal com o objetivo de resgatar a autoestima enquanto valor de cidade. A proposta dá visibilidade ao potencial local, através de iniciativas pessoais e coletivas, empresariais e institucionais, para perceber os destaques como ferramentas de fomento e modelo social, criando-se assim um ciclo de melhora da imagem em todos os setores. Este projeto é realizado em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Universidade Católica de Pelotas (UCPel).
Notícia com curadoria
Para o diretor-executivo do A Hora do Sul, Régis Nogueira, ter a Rádio Pelotense junto ao A Hora do Sul consolida e comprova o interesse na Zona Sul e a crença nos veículos tradicionais de comunicação para o desenvolvimento de uma comunidade. “Para a gente fechar a nossa composição de ser um veículo multiplataforma, a rádio, por todo o apelo que tem, por toda a capilaridade e a inserção em toda a comunidade, para nós faz todo o sentido”, diz.
O fato de se tratar de um veículo quase centenário, com credibilidade e que ainda é guardado na memória afetiva da comunidade, torna esse momento ainda mais especial, avalia Nogueira. “Isso consolida a nossa operação, o nosso projeto empresarial, que é desenvolver uma estrutura de comunicação importante para a Zona Sul e para resultar no nosso desejo de ser o maior grupo de comunicação da região”, comenta o diretor-executivo.
O diretor Editorial e de Produtos do Grupo A Hora, Fernando Weiss, vê a retomada da Rádio Pelotense como uma vitória do jornalismo, com a continuação de um legado centenário, que fará muito bem a Pelotas, à região e à própria A Hora do Sul. “Ficamos muito felizes de poder devolver para a cidade e a Zona Sul, esse canhão que foi por tanto tempo a Rádio Pelotense. O jornalismo profissional a partir das plataformas tradicionais mostra que é cada vez mais essencial e como fiel curador da notícia, a reabertura da Pelotense é também um acréscimo, uma grande vitória do jornalismo profissional que tem cada vez mais relevância”, comenta Fernando Weiss.
O diretor acredita que o jornalismo profissional, enquanto as fake news e as diferentes plataformas que incitam os extremismos tomam proporção, ergue-se cada vez mais fundamental, praticado especialmente nas plataformas essenciais e tradicionais, que é o caso do rádio, do jornal, da televisão. “A Pelotense, somada ao trabalho que já se faz no jornal impresso A hora do Sul, se fundem para um grande grupo de comunicação, que vai traduzir tudo isso que acontece no jornal e na rádio para um grande portal de notícias com curadoria, que é uma grande característica do Grupo A Hora”, diz.
Na opinião do diretor Executivo do Grupo A Hora, Adair Weiss, retomar a Pelotense nos seus 100 anos significa empunhar a história e fincar caminhos virtuosos para o jornalismo na Zona Sul. “Com isso a tríade multiplataforma se completa: jornal, portal e rádio a serviço da comunidade. Isso será essencial para debater e nortear os desafios desta região”, avalia.
Dar continuidade
A rádio está inativa desde 2023, quando a direção optou por não fazer a migração para do AM para o FM. Diretor da Rádio Pelotense, desde 1973, Paulo Fonseca Góz relembra que seria necessário um investimento, especialmente na altura da antena, que a empresa não dispunha naquele momento.
Góz, representante da família Fonseca de Góz, acionista majoritária do veículo, explica que os sucessores não manifestaram vontade de permanecer no negócio, o que motivou a venda das ações da família para o A Hora do Sul. “Por ser uma empresa do ramo, que possui outros veículos de comunicação, eu entendi que seria uma empresa que poderia dar continuidade à história da Rádio Pelotense, inclusive dando-lhe uma dimensão associada ao jornal do grupo. Por isso me inclinei a passar as ações que eu tinha para eles”, comenta.