A região Sul atingiu o maior número de trabalhadores com carteira assinada da história do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), criado em 2020. Com o saldo positivo de 555 postos de trabalho em março, a Zona Sul chega a 150.761 pessoas empregadas formalmente, ultrapassando o índice de agosto de 2024 – 150.338.
O número de empregados é impulsionado pelas duas maiores cidades da região. Juntas, Pelotas e Rio Grande somam 109.62 postos de trabalho. Os pelotenses são responsáveis por um estoque de 66.052 enquanto os rio-grandinos possuem 43.010 empregos formais.
Para o professor de Economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Gabrielito Menezes, o resultado é simbólico. “Representa a resiliência do mercado de trabalho da região Sul mesmo diante de um cenário macroeconômico de desafios, com juros elevados, redução do ritmo de crescimento econômico e instabilidade no comércio internacional”, afirma.
Conforme ele, o recorde, aliado ao bom desempenho de alguns setores importantes, pode ser resultado de algumas políticas públicas e de mercado em vigor.
Março na média
Resultado de 7.169 admissões contra 6.614 demissões, o saldo de 555 novos empregos formais na região é observado com naturalidade por Menezes. “O março costuma ser positivo. Nós temos as retomadas das atividades pós-verão, marca o retorno completo das atividades econômicas”, explica.
Pelo segundo mês consecutivo, Pelotas teve o melhor desempenho da região, com 208 novos empregos, seguido de Rio Grande (188) e Santa Vitória do Palmar (161). O município pelotense teve um importante acréscimo nos setores de construção e serviços.
Menezes explica que o serviço passa por um período de baixa durante a temporada de verão e retoma com força a partir de março “em função das escolas e dos eventos logísticos e administrativos”.
São José do Norte em baixa
Assim como em janeiro e fevereiro e no acumulado de 2024, o pior desempenho da região é de São José do Norte, que apresentou uma redução de 142 postos de trabalho com todos os setores variando negativamente. Andando na contramão do índice regional, o município teve o pior desempenho nos serviços, com 142 demissões contra 84 admissões.
Menezes explica que “o desempenho negativo de São José do Norte nos últimos meses reflete limitações estruturais do município no que diz respeito à diversificação da base produtiva e à capacidade de absorção de mão de obra formal”.
