Conforme o Serviço Geológico do Brasil (SGB), vinculado ao Ministério de Minas e Energia, atualmente São Lourenço do Sul tem quase três mil moradias em áreas de risco para inundação ou alagamento. Além das áreas localizadas nas praias e expostas à Lagoa dos Patos, pontos próximos ao rio São Lourenço e Arroio Carahá também estão suscetíveis a novas enchentes. Ao todo 11,3 mil moradores podem ser afetados.
O mapeamento delimitou quatro áreas de alto risco (Praias da Barrinha e das Nereidas, Centro, e localidades próximas ao Arroio Carahá). No último levantamento do Serviço Geológico do Brasil no município, em 2012, era apenas um ponto. Além disso, o número de residentes em região de perigo aumentou em 469%.
Segundo o estudo, o Centro é a localidade com o maior número de residências e de moradores em risco para inundações em caso de elevação do rio São Lourenço. São mais de 1,7 mil domicílios e 4,6 mil pessoas. A praia da Barrinha está em segundo lugar, com 774 casas em alto risco e cerca de três mil residentes. O relatório do SGB, detalha que as inundações de maior magnitude ocorreram ao longo do rio São Lourenço.
Nas áreas próximas à Lagoa dos Patos, as águas avançam e invadem as quadras. Já às margens do rio Carahá, ocorre uma combinação de inundações e alagamentos, resultantes do transbordamento de sangas e arroios. Há também canais de irrigação para agricultura intensiva de arroz, que contribuem para agravar as ocorrências de inundações.
Prevenção
Para mitigar os riscos de inundações e alagamentos nos próximos períodos de chuva intensa, o Serviço Geológico do Brasil elencou uma série de recomendações para que o governo municipal colocar em prática.
Entre as orientações estão:
- Efetuar o desassoreamento do rio São Lourenço e do Arroio Carahá com a limpeza periódica de pequenos cursos d’água;
- Efetuar um estudo de revegetação das margens da Lagoa dos Patos a fim de promover a formação de dunas na orla e assim minimizar os efeitos de ondas e das cheias da lagoa;
- Monitoramento constante da localidade, em especial atenção aos dias de chuva para a retirada de moradores das localidades atingidas;
- Fiscalizar e coibir construções nas margens de rios e próximas a cursos d’água;
- Constituir um quadro efetivo da Defesa Civil Municipal, preferencialmente com concurso público, para se evitar a substituição de membros, principalmente nas transições de governo;
- Criar sistemas de alerta, (sirenes, mídias, aplicativos) para avisar os moradores com antecedência sobre chuvas intensas e riscos de inundações.
O mapeamento do Serviço Geológico do Brasil foi realizado após 13 anos novamente em São Lourenço do Sul e outros municípios da região devido aos impactos causados pelas enchentes de maio de 2024.