Há 50 anos
A previsão era de que os alunos, professores e funcionários da Cooperativa de Ensino Instituto Doutor Jorge Salis Goulart só voltariam ao prédio, onde normalmente funcionava o educandário, no segundo semestre de 1975. O problema é que as reformas que o velho casarão precisava eram muito maiores do que inicialmente tinha sido divulgado.
Em abril daquele ano as aulas chegaram a ser suspensas por 12 dias. Porém, como a obra não poderia ser feita em pouco tempo, a diretora, professora Helena Heloísa Manjourany Silva alugou uma ala no Colégio São José.
O empreiteiro garantia o retorno ao prédio em dois meses, entretanto a diretora queria que o casarão permanecesse desocupado até o final da reforma. “Na época conseguimos a reforma do prédio com o prefeito Ari Alcântara e o engenheiro chefe era o José Maria. O Colégio São José nos cedeu uma ala inteira, a entrada era pela Félix da Cunha, nosso recreio era separado. Fomos muito bem-recebidos. Mas meus alunos sentiam saudades do nosso prédio”, relembra a professora aposentada e escritora Helena Heloísa, 83.
Solar do Ribas
O prédio era o antigo Solar dos Ribas, que chegou a hospedar a família imperial do Brasil, no século 19. Atualmente o prédio da rua Félix da Cunha esquina Tiradentes está restaurado e abriga a UniSenac Prédio Tech. “Prédio da família Ribas foi doado à Maçonaria e cedido ao colégio Pelotense e depois ao Salis Goulart”, conta a escritora.
Depois da reforma, que durou um ano, o Instituto retornou àquele prédio e por lá permaneceu até 2004. Por não ter condições de fazer um novo restauro, a direção desistiu do Solar.
Luta pelo tombamento
Na obra de 1975 foi retirado o terceiro piso, descaracterizando o prédio. Por causa dessa alteração não foi possível tombar o solar na época. Porém a edificação entrou na lista de bens inventariados do município. “Lutei junto com o doutor Joaquim Ribas por dez anos pelo tombamento. Tenho inclusive uma carta do príncipe de Orleans e Bragança, descendente de Dom Pedro apoiando o tombamento, mas não conseguimos”, comenta a ex-diretora.
A escritora entrou para o Salis Goulart em 1965 e permaneceu por lá por 53 anos, tempos que ela recorda no livro de crônicas e contos, As brumas de Pelotas (Pragmatha, 2022). “Trabalhei dessa data até 2010 no Salis Goulart, na Andrade Neves, e fecharam, triste mas é a realidade da educação no Brasil, só os fortes sobrevivem”, fala.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 70 anos
Governador do Estado debate problemas da Zona Sul na ACP
O governador Ildo Meneghetti e comitiva visitaram Pelotas entre os dias 14 e 16 de abril de 1955. O gestor veio participar de uma mesa redonda promovida pela Associação Comercial do município, presidida na época por Frederico Carlos Lang. Os problemas da Zona Sul nortearam a conversa, que teve a participação de lideranças de diferentes municípios.
A primeira visita do governador e comitiva foi ao Frigorífico Anglo, onde foram recepcionados com coquetel. A saudação ficou por conta do professor Bruno de Mendonça Lima, diretor da Faculdade de Direito e consultor jurídico da empresa. Na sequência Meneghetti foi inspecionar as obras do Porto de Pelotas e almoçou no refeitório da entidade, junto com trabalhadores portuários. Na ocasião, os funcionários do Porto de Rio Grande entregaram um memorando para a autoridade, contendo reivindicações.
Mais tarde, o prefeito Mário Meneghetti recepcionou Ildo Meneghetti, que recebeu a saudação de Mozart Russomano. No mesmo dia, o governador participou de mesa redonda na ACP, reunião que durou mais de cinco horas, encerrando-se às 20h.
Audiências públicas
No dia seguinte, Meneghetti visitou diferentes locais da cidade, entre eles: a barragem da Micaela; Santa Casa de Misericórdia; Usina de Emergência; obras do Centro de Saúde; a empresa Xavier e Irmão S.A.; inaugurou a Cooperativa Sudeste de Carnes; a Cooperativa de Ensino Jorge Salis Goulart; obras do aeroporto; Lar dos Meninos do Exército da Salvação; Casa de Saúde Doutor Veloso; Asilo de Mendigos e Instituto de Menores.
No último dia, o governador deu expediente na prefeitura, onde recebeu comissões de entidades locais. Nos últimos minutos da visita, o gestor ainda visitou o Foro de Pelotas.
Fonte: A Alvorada/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Tropas seguem em movimento em busca dos rebeldes
Ainda enfrentando núcleos rebeldes que surgiram no sul do País desde o final de 1924, o governo do presidente Artur Bernardes, seguia movimentando as tropas no encalço dos sediciosos. Dessa forma, o 9º Regimento de Infantaria, que seguiu para Bagé, com o objetivo de guarnecer o município.
A ordem foi dada pelo general comandante da região, que determinou o regresso, no comboio da tarde, do contingente sediado em Pelotas. A força, constituída por 100 homens, estava sob o comando do capitão Lemos Farias. “Aguardando apenas o trem que o deverá conduzir a esta cidade, voltará também de Uruguaiana, por estes dias, a companhia da guarnição local sob o comando do capitão Januário Coelho da Costa”, registrava o informe do jornal A Opinião Pública, de 22 de abril, de 1925.
Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense