Há 50 anos
Morre o ex-diretor do Conservatório de Música de Pelotas, pianista Milton de Lemos
Repercutiu em Pelotas a notícia da morte do músico e professor Milton Figueira de Lemos. Na época músico, que era natural do Rio de Janeiro, morava em São Paulo.
Milton de Lemos chegou a Pelotas convidado para substituir o professor Antônio Leal de Sá Pereira, primeiro diretor do Conservatório de Música de Pelotas, e assumiu a direção desta instituição em 1923. O pianista permaneceu no cargo até 1954, quando se aposentou.
Lemos começou os estudos de piano com a própria mãe, Amélia Augusta Figueira de Lemos, e formalizou o aprendizado na Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro. Aluno aplicado e talentoso, finalizou o curso de piano com distinção, obtendo medalha de ouro, em 1919. No Estado conquistou a cátedra de Piano no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande Sul, em 1962.
Antes de chegar a Pelotas, em 1922 foi convidado pelo maestro Guilherme Fontainha, então diretor do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre e presidente do Centro de Cultura Artística da capital, para fundar e dirigir um conservatório de música em Santana do Livramento.
Lemos aceitou o convite e ficou neste cargo por um ano, até receber o convite para substituir Sá Pereira. Além de dirigir o Conservatório de Música local, o pianista também fazia apresentações e chegou a percorrer o Estado em 1938, realizando recitais com a vilonista Olga Fossati. Em 1951, o duo Lemos-Fossati se uniu ao violoncelista francês Jean-Jacques Pagnot, instituindo o trio Lemos-Fossati-Pagnot, que realizou concertos em Santa Catarina e no Paraná.
Cultura Artística
Foi fundador e primeiro presidente da Sociedade de Cultura Artística de Pelotas, instituída em 7 de junho de 1940. A entidade seguia os objetivos de outras instituições de mesmo nome, existentes em São Paulo e Rio de Janeiro, que buscavam promover ao menos dez concertos anuais nas respectivas cidades em que estava instalada, com artistas reconhecidos no país e fora dele.
A Sociedade foi extinta em 1974, mas ao longo de 34 anos movimentou a cultura local. Entre as atividades realizadas no primeiro ano estava o 1º Salão de Belas Artes de Pelotas, com a exposição de obras de nomes como: Leopoldo Gotuzzo, Antonio Caringi, Hélios Seelinger e Ângelo Guido, entre outros. Também trouxe conferencistas, como Erico Verissimo.
Na intimidade
Foi casado com a pelotense Conceição Costa de Lemos, com quem teve uma filha, Izolda Lemos Pedrotti, e dois netos, que também residiam em São Paulo. A morte ocorreu em 19 de abril de 1975 e a notícia foi veiculada na imprensa local no dia 23 do mesmo mês.
A instituição funcionava com o sistema de sócios e concertos por assinatura, chamados de Saraus artísticos.
Fontes: História iconográfica do Conservatório de Música da UFPel (2005), organizado pela professora e pesquisadora Isabel Nogueira; Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Junta apuradora divulga resultado das eleições para a Assembleia dos Representantes
A junta apuradora da eleição, realizada em 15 de março, a Assembleia dos Representantes do Estado deu como eleitos. Em 1925, Pelotas pertencia ao 6º Distrito e para este pleito o município estava dividido em 23 seções eleitorais, com o máximo de 500 eleitores em cada uma delas, sendo 13 na zona urbana e dez nos distritos rurais.
Foram examinados os livros de atas de 23 mesas de Pelotas, quatro de Arroio Grande, dez de Canguçu, três de Herval, cinco de Jaguarão, quatro de Pinheiro Machado, sei de Piratini, 15 de Rio Grande, seis de São José do Norte, seis de São Lourenço do Sul, cinco de Santa Vitória do Palmar, cinco de São João Baptista do Camaquã e três de Dores do Camaquã.
Eleitos da região
Terminada a apuração dos seis distritos do Rio Grande do Sul, o general Barreto Vianna, presidente da junta, proclamou eleitos representantes do Estado na Assembleia no quadriênio de 1925 a 1928. Pelo 6º Distrito Eleitoral, foram eleitos e diplomados: Manoel Luiz Osorio, Victor Russomanno (ambos de Pelotas), Virgilino da Porciúncula Júnior (Rio Grande), Donário Lopes de Almeida (São José do Camaquã), Ildefonso Simões Lopes Filho (de Pelotas).
Fontes: Diário Popular/A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense