Zona Sul chega a 22 infecções por dengue confirmadas no ano

Saúde

Zona Sul chega a 22 infecções por dengue confirmadas no ano

Painel da dengue no RS registra outros 59 em investigação na região

Por

Zona Sul chega a 22 infecções por dengue confirmadas no ano
Pelotas é o município com o maior número de casos na região (Foto: Jô Folha)

Mesmo com a chegada do outono, os casos de dengue seguem em alta na Zona Sul. Segundo os dados do painel de casos de dengue do governo do Estado, até o momento foram confirmados 22 casos, sendo 14 em Pelotas, sete em Rio Grande e um em Santa Vitória do Palmar. Segundo especialistas, o aumento no número de focos do mosquito Aedes aegypti é favorecido pelas chuvas irregulares e temperaturas acima da média, que também podem ser registradas nesta estação.

Pelotas é a cidade com o maior número de casos confirmados, sendo nove autóctones, que são aqueles infectados dentro do município. O número de focos do mosquito transmissor da doença também é alarmante. De acordo com o último boletim emitido pela Secretaria Municipal da Saúde em 28 de março, Pelotas tinha 619 focos identificados, destes 293 no bairro Fragata, 164 nas Três Vendas, 47 no Centro, 48 no Areal, 17 no Laranjal, dez no São Gonçalo e 40 na Barragem.

Em Rio Grande, a Vigilância em Saúde contabilizou 233 focos do mosquito da dengue, até terça-feira. A maior concentração está no Centro com 38 focos, seguida da Vila da Quinta com 36.
Aumento de casos era esperado

A infectologista Danise Senna atribui às mudanças climáticas o contínuo registro de novos casos de dengue na região, mesmo que em outros anos o cenário não fosse este. Segundo ela, as estações do ano já não são tão bem definidas no Rio Grande do Sul, o que faz com que muitas doenças percam seus períodos determinados de maior ocorrência. “No ano passado, Porto Alegre, Pelotas e a região Sul como um todo sofreram muito com as chuvas. Água empoçada e clima mais quente propiciam a propagação de larvas dos mosquitos. Então era esperado o aumento de casos de dengue em 2025”, afirma.

Denise também lembra que o período de atenção para a dengue vai do final do ano até o início do mês de junho e, por isso, ações específicas para combate da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, devem ser intensificadas.

Combate

A partir da próxima semana, a Secretaria da Saúde de Rio Grande irá instalar novos equipamentos de combate ao mosquito da dengue, em pontos da cidade com o maior número de focos registrados. Na terça-feira a cidade recebeu armadilhas – chamadas de ovitrampas – e estações disseminadoras de larvicidas.

As ovitrampas são pequenos recipientes com água, levedo de cerveja e uma palheta para oviposição, onde as fêmeas do mosquito depositam seus ovos. Essa tecnologia, segundo a Saúde rio-grandina, permite monitorar a presença e abundância do mosquito Aedes aegypti, avaliar a eficácia das medidas de controle e, ao mesmo tempo, reduzir a quantidade de ovos no ambiente, contribuindo para a diminuição da proliferação do mosquito.

Já as estações disseminadoras de larvicidas são recipientes com feltros impregnados com minúsculas partículas de larvicida. Quando a fêmea do Aedes aegypti deposita seus ovos no recipiente, o larvicida impede o desenvolvimento dos ovos. Além disso, a fêmea contamina suas patas com o larvicida e o dissemina em outros locais, aumentando a eficácia do controle.

Em Pelotas, além dos mutirões para eliminar os focos de dengue, a Secretaria da Saúde realiza a aplicação do produto químico Fludora em residências e nos pontos estratégicos, como empresas de ônibus, transportadoras, escolas, UBSs e na Estação Rodoviária.

Sem registros

Apesar da situação alarmante na região Sul, nove municípios não registraram casos suspeitos de dengue em 2025. São eles Amaral Ferrador, Arroio Grande, Cerrito, Herval, Jaguarão, Pedras Altas, Pedro Osório, Piratini e Turuçu. Nenhum óbito foi registrado pela doença, até o momento, na Zona Sul do Estado.

Porto Alegre em situação de emergência

A prefeitura de Porto Alegre decretou situação de emergência em saúde pública, na semana passada, em razão da epidemia de dengue. São duas mortes e mais de quatro mil casos confirmados neste ano.

A capital gaúcha contava com a vacinação contra a doença, em crianças e adolescentes de dez a 14 anos, até a quarta-feira, quando foi suspensa por falta de doses. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, não há previsão de novas remessas por parte do governo federal.

Acompanhe
nossas
redes sociais