Mostra na Casa 2 relembra os anos de reinado de Jorge Ari Moreira da Rosa

CULTURA

Mostra na Casa 2 relembra os anos de reinado de Jorge Ari Moreira da Rosa

Ação da Secult em parceria com o Museu do Percurso Negro de Pelotas refaz a trajetória do mais emblemático rei Momo de Pelotas

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Atualizado quinta-feira,
24 de Abril de 2025 às 15:35

Mostra na Casa 2 relembra os anos de reinado de Jorge Ari Moreira da Rosa
Visitação ocorre na sala Antonio Caringi, no Casarão 2 da praça (Foto: Ana Cláudia Dias)

Está aberta à visitação a nova exposição da sala Antonio Caringi, na sede da Secretaria Municipal de Cultura, chamada Rei Momo Jorge Ari no Reinado do Carnaval Pelotense. A atração homenageia Jorge Ari Moreira da Rosa (1964-1999) envolvido na corte carnavalesca do município desde 1987, quando foi eleito príncipe da folia.  A partir de 1990 passou a ostentar o título rei Momo, função desenvolvida de forma tão carismática que marcou seu nome na cultura popular local. A mostra fica à disposição do público até o dia 23 de maio na Casa Dois da praça Coronel Pedro Osório, das 8h às 14h, horário do expediente da Secult.

A ideia da exposição surgiu a partir de um acervo que estava em posse do coordenador do Museu do Percurso Negro de Pelotas, Luiz Carlos Mattozo. Esse material foi doado pela irmã de Jorge Ari, Eva Maria da Rosa, com o objetivo de manter viva a memória deste artista do Carnaval.

No início deste ano, Mattozo passou esse acervo para o diretor de Manifestações Populares da Secult, Daniel Amaro, que viabilizou esta exposição. A iniciativa tem  apoio da Câmara de Vereadores, do radialista Marcos Fonseca, e curadoria do Laboratório de Museologia Colaborativa (CoLab) do curso de Bacharelado em Museologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

“O Daniel e Mattozo tiveram a ideia de montar uma mostra ao menos nesse momento, coincidindo com o Carnaval da Cidade, para contar um pouco da história do Jorge Ari, recuperar um pouco dessa trajetória riquíssima”, explica a coordenadora da exposição, professora doutora Rita Juliana Poloni, do curso de Museologia.

A docente destaca a atuação do ex-Rei Momo na visibilização da cultura afro-diaspórica da cidade. “Era uma figura conhecidíssima, através do Carnaval ele deu destaque à cidade”, comenta.

Expografia

A concepção expográfica da mostra é da museóloga Andréa Cunha Messias. “Nós pensamos em ligar o método antropológico ao histórico para que a gente pudesse, baseados em pesquisas, inicialmente na Bibliotheca Pública Pelotense, construir o conceito da exposição, buscando a essência do Jorge Ari e elementos que vincularam essa essência à luta contra a invisibilidade negra em Pelotas”, explica Andréa.

A exposição aberta ontem, apresenta itens como coroa e chave da cidade e instrumentos musicais de percussão, utilizados pelas escolas de samba. Também há uma linha do tempo e textos extraídos de jornais que acompanharam a trajetória do pelotense.

Porém é possível colaborar com esta exposição. O CoLab pede àqueles que conviveram com o Rei Momo para que enviem relatos e imagens com Jorge Ari ao e-mail [email protected].

Projeto futuro

Esta exposição é o início de uma outra que será proposta sobre o Carnaval de Pelotas, no ano que vem. “Pensamos em uma exposição que fosse permanente e itinerante, usando a história do Jorge Ari como um elo para contar a história do Carnaval da cidade até os dias de hoje”, confirma Amaro.

O projeto, feito pelo Museu do Percurso Negro em parceria com a UFPel, está concorrendo em um edital, para viabilizar a proposta. “A Secretaria de Cultura foi só o ‘virar da chave’ para fazer essa exposição piloto”, fala o diretor Amaro.

A sala Antonio Caringi também exibe uma das fantasias do rei Momo. O acervo de roupas de Jorge Ari estava com o radialista Marcos Fonseca, que doou para a Secult dez vestimentas. Com esse material, Daniel Amaro diz que está sendo articulada a cedência de duas salas do Museu da Cidade, que será montado na Casa 6 da praça, para o Carnaval.

Conquistas

Jorge Ari Moreira da Rosa foi Rei Momo de Pelotas de 1990 a 1999. Conhecido por sua alegria e pelo samba no pé, conquistou não só os pelotenses, dentro e fora da passarela do samba, mas também foliões fora das fronteiras do município.

Em 1993, por exemplo, chegou ao primeiro lugar no concurso Rei Momo do Estado do Rio Grande do Sul e em segundo no certame nacional. O envolvimento dele com as entidades carnavalescas foi outro diferencial da sua trajetória.

Obeso, chegou a pesar mais de 200 quilos, o que fragilizou a sua saúde. Dirigentes de escolas de samba chegaram a fazer campanha para arrecadar recursos para o seu tratamento, mas ele não resistiu a um infarto em 17 de junho de 1999.

Prestigie

O quê: exposição Rei Momo Jorge Ari no Reinado do Carnaval Pelotense

Quando: até 23 de maio

Onde: Casa 2 da praça Coronel Pedro Osório

Visitação: das 8h às 14h

Entrada franca

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