A 51ª Feira do Livro de Pelotas, que ocorrerá entre os dias 30 de outubro e 16 de novembro deste ano, começa a ser preparada pela Câmara Pelotense do Livro. A nova edição também tem novo presidente da Câmara e da Feira, o livreiro André de Souza, proprietário da Livraria Feito de Letras, que assumiu pela segunda vez essa missão.
Souza substitui a livreira Elisabete Lovatel, da Livraria Vanguarda, que esteve à frente do evento nas últimas três edições, após a pandemia. Nos próximos dias, os nomes dos homenageados (patrono e orador) devem ser divulgados pelos organizadores.
Quais são os principais desafios para se montar a 51ª Feira do Livro de Pelotas?
O principal desafio como sempre é a captação de recursos, a Feira do Livro tem um custo básico em relação a feiras em outras cidades com menos habitantes. Quanto maior a arrecadação de recursos mais atrativos culturais conseguimos trazer para a Feira, para que a Feira não pareça um evento somente comercial.
A Feira do Livro tem projeto aprovado pela Lei de Incentivo Federal (Rouanet), não é? Qual o valor?
Sim, a Feira do Livro tem projeto aprovado pela LIC e projeto da Rouanet e sim é importante porque este incentivo nos ajuda a buscar atrativos culturais, melhorar estruturas. Melhorar a Feira como um todo, sempre há uma preocupação em cada vez mais melhorar a parte cultural e isso demanda um custo elevado, quanto mais qualidade mais custo.
Nos últimos anos a Feira do Livro tem proporcionado o encontro dos leitores com muitos dos escritores best sellers brasileiros. A proposta deve continuar neste sentido?
Sim. O Sesc e o diretor Parada (gerente do Sesc Pelotas, Luís Fernando Parada), são parceiros da Feira. Eles ficam responsáveis por trazer autores para a Feira. Esta seleção de autores passa pela avaliação dos livreiros conforme nossos próprios clientes vão consumindo determinados tipos de literatura.
Quantos anos você trabalha com a venda de livros? Como percebe a demanda dos leitores em Pelotas? Está estável, melhor ou pior?
Eu estou no ramo dos livros há 16 anos. A venda de livros com o início das vendas virtuais caiu muito, as livrarias se adaptaram, incluindo papelaria em seu mix de produtos, adaptando-se ao mercado, que é o caso da Feito de Letras que hoje é livraria e papelaria.
O que falta para as pessoas lerem mais?
O preço do livro no Brasil ainda é um grande desafio. Acredito que as pessoas estão lendo bastante. Mas a formação de novos leitores se dá na escola e também pelo incentivo dos pais. Mas geralmente é na escola que se tem o primeiro contato com o livro.
O investimento de políticas públicas, o investimento e apoio em bibliotecas públicas, o incentivo de professores com projetos literários, este é o caminho para que se formem mais leitores.
O amadurecimento da leitura é feito em capítulos, parte da infância, adolescência, idade adulta e maturidade. Temos que investir lá no início.