As mais de 150 empresas que integram o Consórcio Público do Extremo Sul (Copes) já podem comercializar seus produtos nos 23 municípios da região. Essa é uma das etapas que poderá garantir o livre comércio dos produtos de origem animal em território nacional.
Recentemente, os integrantes das agroindústrias e agentes de saúde pública da região passaram por uma oficina que capacita o ingresso no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, o (SISBI-POA). Pelotas está inserida nesse processo com 35 agroindústrias formadas por quatro abatedouros frigoríficos e 31 unidades de beneficiamento de leite, mel, ovos, carne e pescado.
A coordenadora do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) Pelotas e técnica adjunta Copes, a médica veterinária Ângela Leitzke Cabana adianta que a partir da adesão de Pelotas ao consórcio e as agroindústrias tendo seus rótulos aprovados, com os dizeres do consórcio, além de inserção dos dados no e-SISBI ativo (sistema eletrônico disponibilizado pelo governo federal), elas já podem participar do comércio dentro destes 23 municípios participantes do Copes, independentemente da indicação ao SISBI–POA.
“Através do consórcio, estabelecimentos, não todos, de alguns municípios vão ser indicados para ter esse SISBI-POA mais adiante. Essa é uma segunda etapa que ainda está em andamento, pois alguns precisam estar adequados em relação às condições que são exigidas”, explica a coordenadora, sobre os próximos passos.
Qualificação
Para Ângela, o encontro do dia 25 com as empresas e os responsáveis técnicos serviu para nivelar informações importantes, apresentar as possibilidades e as vantagens do consórcio. “Tivemos a oportunidade de levar realmente a informação para todas as empresas e as agroindústrias, mobilizando e conscientizando não só as indústrias e seus responsáveis, mas servidores oficiais de inspeção e vigilância sanitária das três esferas.” Representantes de universidades, Emater, Embrapa e Sebrae estiveram presentes na oficina como parceiros nessa etapa.
No encontro foram apresentados os prazos e as etapas a serem cumpridas dentro do Consim 3, além de troca de experiências e motivação com outros profissionais que compõem consórcios pelo Brasil, através do Ministério da Agricultura. “Pelo cronograma liberado pelo próprio projeto Consim 3, serão necessárias várias etapas. As imediatas são a harmonização das leis dos municípios para qualificação do cadastro SISBI e o diagnóstico dos municípios indicados”, adianta. O cronograma estabelece diversas atividades até o final do ano.
Expectativa
Para a coordenadora, o desejo de aumentar a comercialização e o mercado para os produtos, que antes ficavam restritos apenas a cada munícipio de origem, tem motivado os produtores. A técnica acredita que a concretização vai depender da capacidade de produção e marketing de cada empresa, além da participação e cumprindo as etapas sobre o comércio dentro do consórcio.
“É um processo gradual, que exige investimento, capacitação e capacidade gerencial das empresas e seus colaboradores, os quais estão começando essa caminhada agora”.
Horizonte
Denise Igansi, 49, tem a Agroindústria Casa Amarela legalizada desde 2018. Localizada em Cerrito Alegre, zona rural de Pelotas, tem como fonte de renda a produção de queijo, manteiga e doce de leite, que costuma ser comercializada somente em grandes feiras, com a Expofeira. Sem um espaço físico, apenas com uma loja (uma casa amarela na propriedade), ela optou em não colocar os produtos para revenda e está ansiosa pela ampliação dos negócios para outros estados do Brasil.
“Ainda não estamos usufruindo, pois precisa legalizar todos os papéis para o consórcio. Mas eu acho que vai melhorar muito a nossa venda, só pelo fato de poder levar o nosso produto para outros lugares”, projeta.