Leilão de área do porto de RG destrava investimento bilionário no RS

Celulose

Leilão de área do porto de RG destrava investimento bilionário no RS

Certame é previsto para maio e tem a CMPC como principal interessada

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Atualizado quinta-feira,
17 de Abril de 2025 às 14:47

Leilão de área do porto de RG destrava investimento bilionário no RS
Expectativa é que concessão do espaço ajude a movimentar a hidrovia a partir de obra em Barra do Ribeiro.

Um dos leilões mais estratégicos do Porto de Rio Grande deve acontecer em maio. Em processo final de análise do Tribunal de Contas da União (TCU), o certame de uma área na Ponta Sul do Porto Novo será utilizado para implantação de um terminal de uso privado para movimentação e armazenagem, sobretudo, de celulose. O lance mínimo estipulado é de R$ 147 milhões, e o investimento total exigido ultrapassa os R$ 800 milhões.

A área é cobiçada pela multinacional chilena CMPC, que articula a construção de uma nova fábrica de celulose em Barra do Ribeiro. O projeto industrial é avaliado em R$ 24 bilhões e, segundo a empresa, só será viabilizado com a conquista do terminal no porto. “Sem esse terminal, não tem como fazer o investimento. Isso é chave para nós”, afirmou o diretor-geral da unidade de Guaíba da CMPC, Antônio Lacerda, ainda em 2024.

A nova planta da empresa deve gerar 12 mil empregos na fase de obras e 1,5 mil postos diretos e indiretos na operação, com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada por ano. O escoamento da produção será 100% pelo modal hidroviário, o que reforça a necessidade da infraestrutura portuária em Rio Grande.

Impacto regional

Para o gerente de planejamento e desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima da Portos RS, Fernando Estima, a concessão marca um momento decisivo para o desenvolvimento logístico e econômico do Estado. “Estamos muito otimistas. É mais um projeto que nós estamos trabalhando para que efetive, porque isso vai gerar muita oportunidade, renda e impostos para gerar uma outra condição para a nossa zona sul”, avalia.

O projeto prevê R$ 780 milhões de investimentos apenas nos primeiros quatro anos no terminal rio-grandino, além de impactos diretos em outras regiões. Em Pelotas, haverá a duplicação da carga existente, enquanto em Barra do Ribeiro será criado um terminal na hidrovia. “Hoje navega em torno de 2 milhões de toneladas e em alguns anos, 4 ou 5 anos, a partir da nova planta, chegará em torno de 4 milhões de toneladas na hidrovia”, projeta Estima.

Além de movimentar a cadeia da construção e da operação portuária, a concessão deve ampliar a arrecadação pública com impostos e geração de renda. Conforme levantamento do governo do Estado, a empresa vencedora pagará cerca de R$ 1,8 bilhão em impostos ao longo do contrato.

Expectativa de movimentação

Com a operação plena da nova planta da CMPC e do terminal portuário, a estimativa é que o Porto do Rio Grande passe a movimentar mais de 4,5 milhões de toneladas de celulose por ano até 2035, consolidando o Rio Grande do Sul como um dos polos logísticos mais relevantes da América Latina no setor.

Histórico da área

A área que será leiloada foi anteriormente concedida à Construtora Queiroz Galvão, em 2005, com o compromisso de manter um faturamento mínimo de R$ 150 milhões anuais e gerar mil empregos permanentes. Com as atividades paralisadas desde 2017, a empresa não cumpriu os termos do contrato, o que resultou na rescisão da concessão.

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