O Fórum de Desenvolvimento da Economia Azul que inicia nesta segunda-feira em Rio Grande reforça a importância de olharmos para as águas que banham a Zona Sul como uma das forças da nossa potencialidade econômica. Em meio à crise comercial mundial, nossa posição estratégica, com saída marítima pelo oceano para todo o mundo e pelos canais e lagoas para a parte interna do Mercosul faz nossos portos despontarem como grandes players do comércio naval. E em meio à retomada do Porto de Rio Grande e da valorização da capacidade de geração energética por aqui, debater o tema e pensar em estratégias se faz muito necessário.
Para tudo isso, é importante colocar a sustentabilidade como protagonista de nossas ações. Com o olhar ambiental cada vez mais valorizado, e tendo visto em nossos quintais os impactos que o descuido com a natureza podem gerar, a maturidade com que a programação já é desenhada neste sentido já é um motivo para elogio. A partir disso, deve-se aprofundar áreas como legislação, integração e olhar cultural e comercial para as potencialidades que o mar oferece à região.
Nossa região parece já ter identificado que a força do complexo portuário de Rio Grande, da logística e do mar serão carros chefes para nossa economia nas próximas décadas. Enquanto se explora minerais subaquáticos e se tem esperança na captação de gás e petróleo, olhamos também para ageração de energia limpa. Em meio a tudo isso, voltamos a produzir navios aos poucos e nos colocamos como estratégicos para o país como rota mercante.
A partir dessa identificação e estruturação dos potenciais, o caminho é pensar na atuação e organização. Ao reunir diferentes setores da sociedade em prol desse debate, iniciamos bem o processo. O que todo mundo mais quer é o porto forte, atuante e com ações a longuíssimo prazo. Os traumas do passado, por mais que nos assombrem, serviram também de ensinamento para que nessa nova crescente saibamos exatamente o que fazer e, principalmente, o que não fazer.