Está previsto para maio deste ano a inauguração do 3º Comando Regional de Bombeiros, com sede em Pelotas. A unidade responderá por 47 municípios que vão do Chuí até São Borja e ocupará o prédio da CEEE, na praça 20 de Setembro. Com investimento em torno de R$ 1 milhão, o local é considerado estratégico para operacionalidade e deve abrigar ainda um Centro de Referência em Desastres, onde em tempo real, as equipes poderão observar os atendimentos das unidades, o que garantirá mais agilidade, qualidade e tempo de resposta.
O comandante do 3º Batalhão de BBM, coronel Isandré Antunes de Souza, revela que o comando regional estava sendo pensado desde a emancipação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar, em 2016, pela exigência de uma organização básica. Houve um longo período de transição e, entre 2023 e 2024, o governo Estadual estabeleceu as regiões integradas de segurança pública (RISPs), onde nasceram os quatro comandos regionais do Corpo de Bombeiros. “Uma estrutura na Região Sul, com sede em Pelotas, será a maior em extensão territorial com três batalhões”, comemora. Um é o de Rio Grande, outro em Livramento e o terceiro, em Uruguaiana.
Estrutura
A proximidade de Porto Alegre e a disponibilidade do prédio da CEEE, que se enquadra na demanda do comando, foram fundamentais para eleger Pelotas como sede. Com apoio das universidades, prefeitura e demais órgãos, foram feitas avaliações dos ambientes e a conclusão é que pouco se exigia em reestruturação do local. “O prédio se apresentou com todas as características e espaço para atender não só a sede administrativa do comando regional, mas para ser Centro de Referência em Desastres”, comenta o comandante que tem especialização na área. Além da sala de situação, está prevista uma sala de vídeo para ser ter um espelhamento em um tempo real de modelos preditivos, satélites de meteorologia, de climatologia, com vistas, por exemplo, onde está ocorrendo uma queimada.
Lição da enchente
Para Antunes, o processo se daria ainda em 2024, mas com a enchente de maio, precisou ser adiada. O tempo, porém, serviu de consolidação ao projeto, pois o case positivo da sala de situação montada no Exército garantiu mais motivação e credibilidade na instalação do Comando Regional que deve ser disponibilizado ainda em maio para a população.
A ideia é proporcionar espaços para visitação de escolas, pesquisas e de preparação da comunidade e instituições para se ter uma consciência preventiva. “Eu costumo repetir um ditado japonês que é: ‘o desastre começa a acontecer quando nós esquecemos que ele pode acontecer.’ Assim, o nosso centro irá ficar lembrando a todo momento, como foi o alerta que recebemos a todo momento da chuva e vento desta semana”, projeta.
Recursos
A fase agora é de preparação da estrutura administrativa, acomodação de recursos logísticos e de pessoal, instalação do mobiliário e de atendimento à população. Entre recursos do governo do Estado e da própria corporação já foram empregados R$ 1 milhão, segundo a estimativa do comandante. Mas a unidade, uma vez estruturada permite que se busque com mais propriedade verbas para a aquisição de equipamentos, por exemplo. Um deles é a escada mecânica – conhecida como magirus – que custa em torno de R$ 5 milhões. “Nós estamos trabalhando com muitas parcerias, como Ministério Público, Poder Judiciário, a própria prefeitura (com mão de obra da Apac), recursos próprios do Corpo de Bombeiros”, garante.
Data
A proximidade da inauguração com um ano dos eventos climáticos é circunstancial, mas pelo lado positivo, comprova que Pelotas foi exemplo de gestão diante de uma situação de crise. “O Comando Regional traz o protagonismo para a região, a interlocução para recursos na Segurança Pública”, argumenta. Entre os planos do comandante Antunes está a negociação de uma sede própria para o pelotão de Canguçu, que hoje está em prédio alugado e trazer de volta para a região a unidade de São Lourenço do Sul, que atualmente responde ao comando de Santa Maria.
