Região tem mais de 71 mil pessoas na fila de espera para consultas eletivas

Demanda reprimida

Região tem mais de 71 mil pessoas na fila de espera para consultas eletivas

Diagnóstico da saúde será pauta de reunião da Azonasul na próxima terça-feira

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Região tem mais de 71 mil pessoas na fila de espera para consultas eletivas
Três instituições da região estão com os atendimentos eletivos restritos. (Foto: Jô Folha)

Mais de 71 mil pessoas aguardam na fila de espera para consultas eletivas pelo Sistema Único de Saúde (Sus) na região Sul. O levantamento, realizado pela 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), evidencia a crise da Zona Sul, que conta com três hospitais com atendimentos restritos e outros que operam com superlotação.

A área de oftalmologia lidera as solicitações por consultas, com 12.265 pedidos. Na sequência, as especialidades mais procuradas são neurologia (7.877), otorrinolaringologista (6.062), traumatologia (5.355) e urologia (4.980).

“A situação da região é preocupante na fila de espera dos procedimentos”, avalia o presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), prefeito Ronaldo Madruga (PP).

Reunião

Na próxima terça-feira, o diagnóstico completo da 3ª CRS será apresentado em reunião da Azonasul, em Rio Grande. Conforme Madruga, após o encontro será formada uma comitiva para apresentar os dados à secretária estadual Arita Bergmann.

A intenção das lideranças é mostrar a dimensão da atual crise da saúde da região e solicitar um plano de ação do governo do Estado para “desafogar as filas e também ampliar as referências nos municípios da Zona Sul”.

“Precisa de uma intervenção urgente do Estado para que desafogue as filas, para que as pessoas tenham atendimento, porque é muito sofrimento todo esse número de pessoas”, lamenta Madruga.

Falta de recursos 

Conforme análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o governo do RS teria deixado de aplicar em saúde cerca de R$ 1,3 bilhão em 2023.  A Constituição Federal prevê que os governos estaduais precisam investir pelo menos 12% da receita. Para o TCE, a verba destinada está cerca de 3% abaixo da previsão legal.

Os dados de 2024 ainda não foram contabilizados, mas, no entendimento da Associação, o governo do RS não realizou o investimento necessário em saúde no último ano também, o que ampliou a crise nos hospitais.

“A gente vai em cima desse mínimo constitucional para que o Estado cumpra aplicando e desafogando as referências e ampliando as referências”, afirma o presidente da Azonasul.

Traumatologia 

Além do debate entre os prefeitos, Madruga relata que terá reuniões na próxima semana com representantes de hospitais de Pelotas para que seja criada uma nova referência regional na traumatologia. Atualmente, a área tem a quarta maior demanda e tem como suporte principal a Santa Casa do Rio Grande, onde cerca de 900 pacientes aguardam na fila de espera.

Recursos para Pelotas

Com a maior demanda da região, com mais de 50 mil consultas em espera na central municipal, Pelotas também busca soluções para a superlotação dos hospitais. Nesta semana, o prefeito Fernando Marroni (PT) solicitou ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mais recursos para o Pronto-Socorro e para a ampliação do atendimento eletivo.

O chefe do Executivo apresentou a necessidade de um reforço de R$ 11 milhões para ampliar o atendimento em especialidades e cirurgias, desafogando filas e garantindo mais agilidade e dignidade para quem precisa de atenção médica.

Fila de espera por consultas do SUS na região 

Oftalmologia -12.265

Neurologia  –    7.877

Otorrinolaringologia – 6.062

Traumatologia/Ortopedia  –   5.355

Urologia – 4.980

Ginecologia – 4.525

Dermatologia – 4.438

Cirurgia Geral – 4.434

Cirurgia Vascular – 3.879

Cardiologia – 3.519

Outros procedimentos – 14.130

Total – 71.464

Fonte: Levantamento da 3ª CRS de 10 de março de 2025

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