O prefeito Fernando Marroni (PT) realizou uma coletiva de imprensa na sexta-feira para apresentar um balanço de seus primeiros cem dias à frente da prefeitura de Pelotas. Além de jornalistas, o prefeito recebeu influenciadores e foi acompanhado pelos secretários, pela vice-prefeita Daniela Brizolara (PSOL) e por vereadores.
“Temos satisfação de ter conseguido recuperar a máquina para enfrentar os problemas. É possível, essa é a sensação que tenho. Nesses três primeiros meses já fizemos bastante coisa”, resume.
Marroni destacou como avanços dos primeiros cem dias os mutirões de zeladoria e ter vencido o déficit de vagas na educação infantil. Porém, na educação, uma fragilidade encontrada é a dificuldade de contratar professores emergencialmente pelas baixas remunerações oferecidas pelo município.
Na zeladoria, o prefeito afirmou que foi dada prioridade à manutenção das ruas não pavimentadas por onde passa o transporte coletivo. Na zona rural, Marroni apontou que mais de 460 quilômetros de estradas já foram recuperados. “É óbvio que a demanda que enfrentamos é de bastante tempo, e vamos levar um bom tempo para recuperar”, ponderou.
Alagamentos e situação de emergência
Na segunda-feira, foi publicado o decreto de situação de emergência em razão dos alagamentos que afetam a cidade. De acordo com o prefeito, a estrutura da prefeitura não é suficiente para atender a demanda encontrada. “Nós estamos em emergência, qualquer chuva que cair alaga. Se vier uma chuva mais forte, vai ter danos e vai ter perdas”, afirmou.
Ele atribui os problemas de drenagem à quantidade de lixo jogada nas ruas. “Nós não vamos vencer se não tivermos uma campanha que as pessoas entendam que estamos nos autoatacando e estamos pagando por isso”, declarou.
Desafios financeiros
Marroni afirmou que foram identificados mais de R$ 100 milhões em dívidas de 2024. “A cada dia vem uma cobrança nova. Nosso desafio é até o final do ano corrigir esse déficit estrutural da prefeitura e poder ter um orçamento real para o ano de 2026”, disse.
O prefeito também comentou o financiamento de R$ 60 milhões aprovado pela Câmara ainda no ano passado. Segundo ele, o empréstimo não foi contratado em razão da alta taxa de juros ofertada pelo Banco do Brasil.
Novidades para a saúde
Na área da saúde, Marroni anunciou que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou uma ampliação de R$ 11 milhões no teto MAC, que abrange procedimentos de média e alta complexidade. “O ministro Padilha garantiu este recurso a mais para a contratação de especialidades e cirurgias para que a gente possa avançar. É uma prioridade do governo”, disse.
Sobre a contratação de 20 novos leitos para atender à demanda do Pronto Socorro, o prefeito afirmou que 10 leitos já estão garantidos na Santa Casa, mas que a Beneficência Portuguesa informou que não há leitos disponíveis. Agora, a gestão deve procurar outras entidades, como o Hospital Universitário São Francisco de Paula e o Hospital Clinicanp.
Marroni também afirmou que uma das possibilidades para o Hospital Regional de Pronto Socorro, cujas obras devem ser concluídas até agosto, é que ele seja assumido pelo governo federal. “O recurso que envolve o Pronto Socorro é federal, então que o governo federal possa, de alguma forma, assumir o Pronto Socorro”, disse. Ele disse que já houve diálogo com a Ebserh, que administra o Hospital Escola da UFPel.