“Que seja um movimento contínuo e não tenha fim”

Abre aspas

“Que seja um movimento contínuo e não tenha fim”

Giales Rutz - líder do Grupo de Danças Folclóricas Bauernkreis

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Atualizado quarta-feira,
09 de Abril de 2025 às 11:46

“Que seja um movimento contínuo e não tenha fim”
Rutz é um dos fundadores do grupo.

O Grupo de Danças Folclóricas Bauernkreis atua em Canguçu, desde julho de 2022, e promove danças que celebram as culturas alemã, pomerana, austríaca, sueca e polonesa. Com 18 integrantes adultos (18 a 30 anos), o grupo ensaia semanalmente no Ginásio Municipal de Esportes. O nome “Bauernkreis” (Círculo de Agricultores) reflete a identidade rural da cidade, conhecida como a Capital Nacional da Agricultura Familiar. Sob a liderança de Giales Rutz, a equipe planeja expandir para outras faixas etárias, difundindo tradições culturais por meio da dança.

Como a ideia de criar o Grupo Bauernkreis surgiu? 

O grupo nasceu na sala da minha casa, a partir de uma conversa informal entre três amigos. A gente falava sobre a necessidade de termos, no município, uma entidade onde os jovens pudessem continuar fazendo cultura — especialmente cultura alemã, cultura pomerana. Percebemos também que essa cultura entre os jovens já não estava mais tão viva. Então, o Bauernkreis surgiu dessa necessidade de nós, enquanto jovens também, promovermos a cultura germânica aqui no sul do Estado.

Como você vê a conexão do nome “Bauernkreis” com Canguçu e sua cultura?

A gente entende que estamos numa região onde a agricultura familiar é muito presente e onde existe muita cultura. Então, vimos a necessidade de que o nome da nossa entidade já refletisse a identidade do município. Escolhemos Bauern, que em alemão significa “agricultores”, e Kreis, que significa “círculo”. A tradução literal seria “Círculo de Agricultores”, mas essa explicação vai além da tradução. A escolha da palavra “agricultores” tem tudo a ver com Canguçu, conhecida como a capital da agricultura familiar. E o “círculo” na dança alemã tem um significado muito especial — representa um elo que não tem começo e não tem fim. E esse é também o nosso objetivo com o grupo: que seja um movimento contínuo, que não tenha fim, que continue fazendo história por muito tempo.

Quais são os maiores desafios que o grupo enfrenta para se expandir?

O verdadeiro “x” da questão, na maioria das vezes, está ligado à parte financeira. Criar uma nova categoria implica diretamente na confecção de novos trajes históricos. Um exemplo disso é a categoria adulta, que investiu R$ 80 mil na confecção de 26 trajes novos. Mais do que o valor financeiro, há um valor histórico e cultural muito grande, que a gente leva muito a sério e faz questão de valorizar. Agora, em relação à aceitação e ao interesse dos jovens, isso tem sido muito positivo. Quando fundamos a categoria juvenil, voltada para adolescentes entre 14 e 17 anos, começamos com apenas quatro pares. Hoje, essa categoria conta com 32 integrantes. Foi um salto muito grande, e acredito que isso é reflexo do trabalho que o grupo vem desenvolvendo e do quanto as pessoas de fora percebem o bem que o Bauernkreis faz para quem participa.

Para o futuro, qual é a sua maior expectativa para o Grupo Bauernkreis?

O sonho de termos uma sede própria para o grupo de danças. Hoje, utilizamos o ginásio municipal como espaço para ensaios. É lá também que realizamos, anualmente, o nosso Baile do Chopp. Mas a nossa maior necessidade atualmente é ter um espaço que possamos chamar de nosso — um lugar onde possamos ter mais horários disponíveis, realizar outras atividades além dos ensaios, desenvolver projetos culturais, reunir os integrantes com mais liberdade e autonomia. Também temos como projeto futuro a criação de duas novas categorias: a infantil (cinco a nove anos) e a livre (35+), totalizando cinco, conforme nosso estatuto.

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