Uma das demandas históricas da região sul, a duplicação do lote 4 da BR-392, poderá ter avanços importantes, após reuniões da prefeita de Rio Grande Darlene Pereira (PT) em Brasília. Na última segunda-feira, em um encontro com o secretário adjunto de Transportes da Secretaria Especial do PAC, Fábio Coelho, tratou-se da possibilidade de inclusão do projeto técnico da obra no Programa de Aceleração do Crescimento. A ação foi considerada positiva por entidades ligadas ao desenvolvimento regional.
Com o comprometimento de levar o pedido para a coordenação do PAC na Casa Civil, o secretário adjunto informou ainda que o estudo do projeto de duplicação do lote 4 está previsto para ser incluído na análise da nova concessionária que irá assumir a administração do Polo Rodoviário de Pelotas a partir de 2026.
Darlene participou de um encontro da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) na capital federal. A agenda também incluiu uma reunião no Ministério dos Transportes ontem para aprofundar o debate sobre o lote 4. Segundo o executivo rio-grandino, a expectativa é garantir mais agilidade para as obras em um trecho de cerca de nove quilômetros, fundamental para o acesso ao Porto de Rio Grande, que permanecem paralisadas. Entre os principais gargalos para o tráfego no local, está o trecho que compreende os quilômetros 8 e 10, em que ficam os entroncamentos da rodovia com a rede ferroviária.
Movimento importante
O pedido de inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento foi avaliado como uma movimentação importante pela Federasul. “Já existe a obra da ponte entre Rio Grande e São José do Norte, onde o projeto técnico está andando, dentro do PAC, e consideramos que a prefeita faz bem em tentar colocar o lote 4 também”, afirma o vice-presidente de Infraestrutura da entidade, Antônio Carlos Bacchieri.
Na análise da entidade, caso o governo federal acate o pedido, a vantagem será a de contar com um projeto técnico pronto, o que poderá diminuir o tempo de espera pelo início das obras. “Há mais de 10 anos nós tínhamos um projeto técnico, mas houve um pedido de alteração, por parte da Petrobras, para a inclusão de um túnel em frente ao Estaleiro Rio Grande para movimentação de peças. Essa ação fez o projeto ir para o fim da fila”, explica.
Reflexo nas tarifas do pedágio
A partir da possibilidade de inclusão da duplicação do lote 4 da BR-392 no contrato de concessão do Polo Rodoviário de Pelotas, há o receio de que a execução das obras por uma nova concessionária possa ter reflexo no aumento dos valores cobrados nos pedágios da região.
Nesta questão, a Federasul reforça a importância da participação da população e dos demais atores sociais nas audiências públicas, caso o cenário se confirme. “Nós estaremos atentos a isso, que vão anteceder a licitação, e nesse momento toda a sociedade deverá agir. O que não se pode é trabalhar com pedágios a R$ 20 quando o mercado fala em R$ 4 e R$ 5”, reforça Bacchieri.
Pedágio
Segundo divulgado pela prefeitura de Rio Grande, durante a reunião com a prefeita Darlene a Casa Civil garantiu que a nova concessão terá tarifas significativamente menores às atualmente praticadas pela Ecovias Sul.