O primeiro dia de campanha de vacinação contra a Influenza foi marcado por filas e reclamações na Casa da Vacina em Pelotas. Por um lado, a grande procura é um bom sinal de que os grupos prioritários estão atendendo ao apelo das autoridades para a proteção contra o vírus. Por outro, a espera, principalmente de idosos, por mais de duas horas, deixou muitos desgostosos. A justificativa é que havia apenas uma enfermeira para atender a demanda. A prefeitura admite carência de pessoal.
Às 7h30min de ontem, quando o espaço dedicado à imunização na cidade abriu as portas, já havia pessoas esperando. Ao longo da manhã, o movimento foi aumentando e as três técnicas davam conta do processo de registros, mas foi preciso chamar a enfermeira da tarde para compartilhar a tarefa com a da manhã e, assim, agilizar o atendimento. O professor aposentado Renato Saco, 69, foi até a UBS do Porto. Depois de ficar na fila, foi informado de que não havia vacina, pois a geladeira estava quebrada. “Que colocassem um aviso para não ficarmos esperando”, critica. Encaminhado para a Casa da Vacina, mais tempo de espera. “Aqui tem muita gente. Eu estou há duas horas e trinta minutos esperando”, revelou ao tomar a vacina da Gripe e a da Covid.
A diretora da Vigilância em Saúde da Prefeitura de Pelotas, Vera Neto, explica que no primeiro dia pela manhã foram três técnicas e uma enfermeira e à tarde seriam duas profissionais. “O problema é que são as [enfermeiras] que a gente não tem como fazer remanejo de outras unidades, porque estamos com carência de profissionais por questões de atestado, de férias”.
Organização
As técnicas que fazem o encaminhamento também estão aptas a aplicar as doses, garante a diretora. “Ocorre que não é só Influenza o atendimento. Tem a vacina da Covid, as das crianças que às vezes estão com a carteira de vacinação incompleta e demora mais o procedimento”, explica Vera. Sobre a procura, principalmente por idosos, a diretora diz que a aceitação é muito boa nesse público, bem maior do que para a Covid. Inclusive há preocupação em relação à quantidade de doses no primeiro lote (12 mil) para atender a demanda. Vera garante que para a próxima semana terão mais doses e que irão ficar disponíveis até dezembro nas UBSs e na central da Gonçalves Chaves.
Ivanilda Fanny Müller Bednarski, 85, é de São Lourenço do Sul, mas está morando com o filho em Pelotas. Já no primeiro dia de campanha ela resolveu se imunizar para não perder tempo. “Eu tenho um casal de filhos. Então preciso me cuidar. A idade vai chegando também, mas graças a Deus eu estou muito bem”, assegura a idosa que, além da dose, costuma estar sempre bem agasalhada, quando muda a temperatura e procura não se expor muito na rua.
Meta
Em Pelotas, a meta é imunizar 90% das mais de 96 mil pessoas que fazem parte do público-alvo, sendo que este ano a novidade é o ingresso dos carteiros na relação dos prioritários. Há ainda preocupação com o aumento de internações hospitalares no inverno.
O médico de Família e Comunidade e assessor técnico da Diretoria de Atenção Primária da SMS, Alexandre Moch, diz que as equipes trabalham com educação permanente e vão alinhar condutas para garantir maior resolutividade e assertividade nas abordagens