Há 100 anos
Intendência faz reparos no Obelisco Republicano, que completa 40 anos
A intendência (prefeitura) de Pelotas estava reparando o Obelisco Republicano do Areal, que naquela época completou 40 anos. O monumento projetado em 1884, foi inaugurado em 7 de abril de 1885.
De acordo com o intendente (prefeito), Augusto Simões Lopes, nada seria alterado no monumento. A placa de bronze seria polida para ser ressaltada e deixar mais viva a legenda: “Os republicanos de Pelotas recomendam aos viandantes a memória de Domingos José de Almeida, 20 de setembro de 1884”.
Apenas a calçada no entorno da coluna será alargada para três metros. Também seriam colocados novos gradis de ferro, que protegiam o obelisco. “Os republicanos pelotenses, os do Areal sobretudo, agradecerão ao ilustre edil o elevado serviço mais de ordem moral que material, que lhes presta conservando a gloriosa e querida relíquia”, registrava o artigo no A Opinião Pública.
O Obelisco Republicano foi erguido “à beira da estrada do Areal, costa de Pelotas, local onde residiu e faleceu o glorioso ministro da República de Piratini, de 1835, Domingos José de Almeida”, relembrou a publicação. Com pouco mais de oito metros, a coluna foi construída para marcar o cinquentenário da Revolução Farroupilha (1835-1945).
Casualmente, o monumento aos ideais republicanos foi erguido durante a Monarquia, que se encerrou em 1889, com a Proclamação da República. Em 14 de dezembro de 1955, o Obelisco foi inscrito no livro tombo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Sobre o homenageado
O mineiro Domingos de Almeida chegou na província de São Pedro do Rio Grande do Sul em 1819 e se instalou na freguesia de São Francisco de Paula, atual Pelotas. “Autodidata em economia, política e direito, ele diversificou seus empreendimentos no setor industrial, sendo que foi a indústria do charque que trouxe mais lucro”, descreve a pesquisadora Laura Giordani, no artigo O Obelisco de Pelotas e sua análise iconográfica (UFPel, 2015).
Almeida abraçou a Revolução Farroupilha desde o início e, a partir de 1886, quando a República Rio-grandense foi declarada, passou a atuar em diferentes cargos, como Ministro do Interior e da Fazenda, da Justiça e vice-presidente da República.
Símbolos do monumento
O Obelisco Republicano do Areal tem três importantes emblemas na sua face frontal, que reforçam sua ligação com o republicanismo. São eles:
Barrete frígio: signo de liberdade, usado pelos ex-escravos na Grécia e em Roma como forma de demonstrarem sua alforria. Utilizado pelos revolucionários franceses.
Cumprimento de mãos (moldado em cimento): gesto de fraternidade, segundo o Iphan
Escudo da República Rio-grandense (moldado em massa de cimento e pintado com as cores oficiais do Estado):
Alguns historiadores atribuem a origem do Brasão ao “Histórico Lenço Republicano”, de provável autoria de Bernardo Pires, lenço que foi catalisador do ideal republicano rio-grandense.
Fontes: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; blog Viva o Charque; Portal Iphan; artigo O Obelisco de Pelotas e sua análise iconográfica (UFPel, 2015)
Há 50 anos
Trecho da praça 20 de Setembro é liberado ao trânsito
Foi liberado o trânsito de veículos no primeiro trecho da avenida Duque de Caxias, no sentido Centro-Fragata. A via estava recebendo um novo capeamento asfáltico de oito centímetros.
O trecho liberado se estendia desde a praça 20 de Setembro até a frente da Escola Técnica Federal de Pelotas. A expectativa era de que a próxima área liberada chegasse aos trilhos da linha férrea, que cruzavam a avenida, na época.
Desde fevereiro a prefeitura de Pelotas estava fazendo reparos na pista da Duque de Caxias. O trânsito da avenida, no sentido centro-bairro estava sendo interrompido aos poucos. Na época o secretário de Obras e Viação, engenheiro Carlos Augusto Ackermann, divulgou que seriam investidos aproximadamente 700 mil cruzeiros dos cofres do município nesta obra.