Nesta sexta-feira (4), às 9h, na propriedade de Jones Becker, na Colônia Santa Eulália, ocorre mais uma edição do Dia de Campo para o cultivo de milho. O evento, organizado pela Emater RS/Ascar, Governo do Estado e empresas do setor agropecuário reunirá produtores rurais de toda a região para conhecer novas cultivares de milho, técnicas de manejo, híbridos de cultivo, defensivos e fertilizantes.
O principal objetivo do evento é oferecer aos agricultores a oportunidade de avaliar quais cultivares se adaptam melhor às condições da região, explica Becker. A iniciativa tem ganhado adesão crescente, com a última edição reunindo cerca de 200 participantes.
Durante a programação, os produtores poderão conhecer experimentos de cultivo, onde representantes das empresas demonstrarão os manejos aplicados e os resultados obtidos, destacando pontos positivos e desafios. Também, participar de conversas sobre armazenamento e secagem de grãos, com a Emater explicando a importância da secagem adequada para a conservação da qualidade do milho. À tarde, haverá exposições de implementos agrícolas e soluções em energia solar para o setor rural.
O evento tem grande relevância para a cadeia produtiva do milho, um grão que, por um período, teve sua cultura reduzida. Segundo Becker, a iniciativa visa resgatar e disseminar conhecimento sobre as melhores práticas de manejo, mostrando aos produtores que é possível obter alta produtividade e rentabilidade, inclusive em pequenas propriedades.
“Com a troca de conhecimento promovida no Dia de Campo, os produtores saem mais preparados para enfrentar desafios e otimizar suas lavouras, consolidando o evento como um importante ponto de referência para o setor agrícola da região”, diz Becker.
Os participantes do Dia de Campo incluem produtores de milho de diversas localidades, além de representantes da Prefeitura de Pelotas, pesquisadores da Embrapa e de várias empresas privadas da região.
Safra 2024/2025
Apesar dos desafios climáticos enfrentados pelos produtores nesta safra, como o excesso de chuvas no período de plantio e a estiagem durante a fase de desenvolvimento das plantas, a expectativa ainda é de uma boa colheita. Alguns produtores relatam perdas devido à seca, mas ressaltam que a tecnologia e as boas práticas agrícolas ajudaram a minimizar os impactos.
A previsão é que a produtividade varie entre 100 e 120 sacas por hectare, um número abaixo do potencial esperado de 150 sacas, mas ainda considerado satisfatório diante das adversidades climáticas. A falta de infraestrutura de irrigação continua sendo um desafio para muitos agricultores, que buscam alternativas para minimizar os efeitos da seca.
Desmama de Outono: momento estratégico para a Pecuária
Índices a serem coletados irão embasar decisões gerenciais e trazer indicativo de possível genética superior
Com a chegada do outono, os rebanhos entram na fase de desmama, um período crucial para os pecuaristas avaliarem o desenvolvimento das novas crias e suas mães. O controle do peso dos terneiros e a comparação com as matrizes podem gerar impactos diretos na lucratividade futura.
A superintendente de Registro da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC), Silvia Freitas, explica que o desempenho dos terneiros na desmama reflete diretamente o potencial genético das vacas. “Se vacas sob as mesmas condições nutricionais desmamam terneiros mais pesados que outras, isso indica um potencial genético superior”, afirma.
No entanto, Silvia alerta que nem sempre um alto peso na desmama garante um bom desempenho futuro. Algumas crias podem perder rendimento ao longo do tempo, indicando que a mãe foi eficiente nos cuidados iniciais, mas o indivíduo não conseguiu manter o crescimento sozinho. “Pecuaristas que registram esses dados na desmama conseguem uma visão mais precisa do rebanho”, destaca.
Ferramentas como o Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) auxiliam nessa análise, considerando índices como Ano do Último Parto (Anof), Número de Filhos Avaliados (NF) e Peso Ajustado aos 205 dias (PDA). Com esses dados, o produtor pode embasar decisões estratégicas para o manejo do rebanho.
Entre os dados essenciais, Silvia reforça a importância de monitorar o ano do primeiro e do último parto da vaca, o intervalo entre partos e o número de filhos que ela teve. “O peso médio de desmame também é fundamental para identificar as vacas mais produtivas. As que apresentam médias inferiores devem ser descartadas”, orienta.
Além da análise das matrizes, a escolha de futuras reprodutoras também deve ser considerada. As fêmeas desmamadas com características positivas podem repor matrizes mais velhas, enquanto os machos de maior peso e melhor desempenho podem ser selecionados como futuros reprodutores.
O peso na desmama é um indicador essencial para a seleção e aprimoramento genético do rebanho. A adoção dessas práticas permite aos pecuaristas otimizarem a produtividade e garantir um plantel mais eficiente.
