Pelotas se unia às celebrações do primeiro ano do golpe militar de 1964

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Pelotas se unia às celebrações do primeiro ano do golpe militar de 1964

Por

Atualizado segunda-feira,
31 de Março de 2025 às 11:14

Há 60 anos

Centenas de estudantes e soldados integraram um desfile cívico, em frente ao Altar da Pátria na praça Júlio de Castilhos, atual Dom Antônio Zattera. O ato, que ocorreu na manhã do dia 31 de março de 1965, celebrou o primeiro ano do levante militar, instituindo um período ditatorial no Brasil ao longo de 21 anos.

A programação começou às 7h na praça Coronel Pedro Osório, com alvorada festiva e foguetório ao som da banda de tamboreiros e corneteiros do 9º Regimento de Infantaria. Às 8h a guarda de honra da Escola Técnica Pelotas participou do hasteamento da bandeira, no Altar da Pátria. O desfile militar começou às 9h. Ao longo do dia outras iniciativas aconteceram, incluindo uma missa na Catedral São Francisco de Paula.

Levante contra o governo

O regime político que caracterizou a ditadura militar foi estabelecido a partir de 31 de março de 1964, quando militares rebelados em Juiz de Fora, Minas Gerais, rumaram para o Rio de Janeiro, levantando-se contra o governo do presidente gaúcho João Goulart. A justificativa da ação era restaurar a disciplina e a hierarquia nas Forças Armadas e deter o comunismo.

Goulart tinha sido vice-presidente de Jânio Quadros, ambos eleitos em 1960. Porém Quadros renunciou em 1961, foi preciso uma campanha para que Goulart ou Jango, como era conhecido, assumisse a presidência.

Em 2 de abril de 1964, quando Jango ainda estava no Rio Grande do Sul, o Congresso Nacional ratificou a destituição de Goulart, declarando a vacância da Presidência da República e logo a seguir, entregando o cargo de chefe da nação novamente ao presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli.

No dia 10 de abril, João Goulart teve seus direitos políticos cassados por dez anos, após a publicação do Ato Institucional Número Um (AI-1). Jango se autoexilou no Uruguai.

Marechal presidente

O Marechal Castelo Branco foi empossado presidente em 11 de abril de 1964. (Foto: Reprodução)

Obedecendo ao calendário eleitoral estipulado pelo AI-1, no dia 11 de abril o Congresso elegeu o marechal Castelo Branco como presidente da República e José Maria Alkmin, do Partido Social Democrático (PSD), como vice-presidente. Em 15 de abril de 1964, com a posse de Castelo Branco, iniciou-se uma longa sucessão de governos militares no país.

Por meio dos Atos Institucionais, os cinco presidentes efetivos do período ditatorial (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e João Figueiredo) governaram sem a anuência do Congresso Nacional, em muitos momentos. O primeiro governo civil foi eleito de forma indireta e elegeu José Sarney, em 1985.

Fontes: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Portal Gov.br (Os presidentes e a Ditadura Militar; wikipedia.org; site História do Mundo; site Brasil Escola.

Há 50 anos

Programa celebra 11º aniversário de ditadura

Uma programação especial, nas unidades militares, lembrou a passagem do 11º ano do golpe militar, em 31 de março de 1975. Pela manhã o dia começou com hasteamento da bandeira. Às 17h30min a data foi celebrada em uma missa na Catedral São Francisco de Paula.

Enquanto isso, no Senado Federal, em Brasília, o então presidente, Ernesto Geisel, afirmou que foi e continuava sendo um dos responsáveis pela “Revolução” e, como tal, falou que ela continuaria, “sem desfalecimento e com tenacidade”. Em Pelotas, às 18h aconteceu o arriamento da bandeira no interior das unidades militares, onde foram realizadas programações internas.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 100 anos

Médico político João Abott morria aos 69 anos no Rio de Janeiro

Morreu no Rio de Janeiro o médico político gaúcho João Abott, aos 69 anos, irmão de Raul Abott, chefe do 2º Distrito Telegráfico, sediado em Pelotas. Republicano e abolicionista, era integrante do Partido Republicano Rio-grandense quando foi eleito deputado à Constituinte Estadual de 1891, após a Proclamação da República. Exerceu o cargo de secretário do governo do estado, durante a gestão de Júlio de Castilhos e no primeiro mandato de Borges de Medeiros.

Foi eleito deputado federal pelo 3º distrito do estado, em 1906, e exerceu seu mandato de 3 de maio daquele ano a 31 de dezembro de 1908. Também concorreu ao cargo de presidente do Rio Grande do Sul, mas perdeu para Carlos Barbosa Gonçalves. Em 1909, foi reeleito deputado federal e exerceu o mandato até 31 de dezembro de 1911. Após voltou a exercer a medicina e não concorreu mais a cargos públicos.

Acompanhe
nossas
redes sociais