Há 60 anos
Centenas de estudantes e soldados integraram um desfile cívico, em frente ao Altar da Pátria na praça Júlio de Castilhos, atual Dom Antônio Zattera. O ato, que ocorreu na manhã do dia 31 de março de 1965, celebrou o primeiro ano do levante militar, instituindo um período ditatorial no Brasil ao longo de 21 anos.
A programação começou às 7h na praça Coronel Pedro Osório, com alvorada festiva e foguetório ao som da banda de tamboreiros e corneteiros do 9º Regimento de Infantaria. Às 8h a guarda de honra da Escola Técnica Pelotas participou do hasteamento da bandeira, no Altar da Pátria. O desfile militar começou às 9h. Ao longo do dia outras iniciativas aconteceram, incluindo uma missa na Catedral São Francisco de Paula.
Levante contra o governo
O regime político que caracterizou a ditadura militar foi estabelecido a partir de 31 de março de 1964, quando militares rebelados em Juiz de Fora, Minas Gerais, rumaram para o Rio de Janeiro, levantando-se contra o governo do presidente gaúcho João Goulart. A justificativa da ação era restaurar a disciplina e a hierarquia nas Forças Armadas e deter o comunismo.
Goulart tinha sido vice-presidente de Jânio Quadros, ambos eleitos em 1960. Porém Quadros renunciou em 1961, foi preciso uma campanha para que Goulart ou Jango, como era conhecido, assumisse a presidência.
Em 2 de abril de 1964, quando Jango ainda estava no Rio Grande do Sul, o Congresso Nacional ratificou a destituição de Goulart, declarando a vacância da Presidência da República e logo a seguir, entregando o cargo de chefe da nação novamente ao presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli.
No dia 10 de abril, João Goulart teve seus direitos políticos cassados por dez anos, após a publicação do Ato Institucional Número Um (AI-1). Jango se autoexilou no Uruguai.
Marechal presidente

O Marechal Castelo Branco foi empossado presidente em 11 de abril de 1964. (Foto: Reprodução)
Obedecendo ao calendário eleitoral estipulado pelo AI-1, no dia 11 de abril o Congresso elegeu o marechal Castelo Branco como presidente da República e José Maria Alkmin, do Partido Social Democrático (PSD), como vice-presidente. Em 15 de abril de 1964, com a posse de Castelo Branco, iniciou-se uma longa sucessão de governos militares no país.
Por meio dos Atos Institucionais, os cinco presidentes efetivos do período ditatorial (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e João Figueiredo) governaram sem a anuência do Congresso Nacional, em muitos momentos. O primeiro governo civil foi eleito de forma indireta e elegeu José Sarney, em 1985.
Fontes: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Portal Gov.br (Os presidentes e a Ditadura Militar; wikipedia.org; site História do Mundo; site Brasil Escola.
Há 50 anos
Programa celebra 11º aniversário de ditadura
Uma programação especial, nas unidades militares, lembrou a passagem do 11º ano do golpe militar, em 31 de março de 1975. Pela manhã o dia começou com hasteamento da bandeira. Às 17h30min a data foi celebrada em uma missa na Catedral São Francisco de Paula.
Enquanto isso, no Senado Federal, em Brasília, o então presidente, Ernesto Geisel, afirmou que foi e continuava sendo um dos responsáveis pela “Revolução” e, como tal, falou que ela continuaria, “sem desfalecimento e com tenacidade”. Em Pelotas, às 18h aconteceu o arriamento da bandeira no interior das unidades militares, onde foram realizadas programações internas.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Médico político João Abott morria aos 69 anos no Rio de Janeiro
Morreu no Rio de Janeiro o médico político gaúcho João Abott, aos 69 anos, irmão de Raul Abott, chefe do 2º Distrito Telegráfico, sediado em Pelotas. Republicano e abolicionista, era integrante do Partido Republicano Rio-grandense quando foi eleito deputado à Constituinte Estadual de 1891, após a Proclamação da República. Exerceu o cargo de secretário do governo do estado, durante a gestão de Júlio de Castilhos e no primeiro mandato de Borges de Medeiros.
Foi eleito deputado federal pelo 3º distrito do estado, em 1906, e exerceu seu mandato de 3 de maio daquele ano a 31 de dezembro de 1908. Também concorreu ao cargo de presidente do Rio Grande do Sul, mas perdeu para Carlos Barbosa Gonçalves. Em 1909, foi reeleito deputado federal e exerceu o mandato até 31 de dezembro de 1911. Após voltou a exercer a medicina e não concorreu mais a cargos públicos.