Fazer muitas coisas, em múltiplos e diversos universos. Assim se define o diretor de projetos da Otroporto e escritor, Duda Keiber. Abrindo mão de um único selo profissional, ele prefere se conectar ao mundo e às artes por meio das relações humanas que constrói diariamente.
Como ocorreu o teu encontro com a arte?
Meu encontro com a arte vem do berço. Meu pai era gaiteiro, meus irmãos sempre tocaram e compuseram. Sempre gostei de escrever, desde os tempos de escola. Acho que a escrita me levou a lugares e pessoas que reforçaram minha conexão com a humanidade e com outras formas de arte.
Sendo o mais novo da família, alguém sempre tinha que apagar a luz, levar água, arrumar as coisas depois das apresentações dos músicos da casa… e esse papel ficou comigo. Acabei me identificando com a produção, o que me levou a projetos culturais e a outras iniciativas voltadas para a construção de um mundo melhor. Esse propósito também me conectou a pessoas encantadoras, competentes e mágicas, que hoje fazem parte dos meus sonhos e do meu cotidiano na Otroporto.
O que é o projeto “Porto Memória”?
O Porto Memória surgiu dentro da Otroporto em parceria com o talentosíssimo pesquisador Guilherme Almeida. A ideia nasceu da percepção de que, para trabalharmos conectados ao futuro, precisamos antes nos conectar ao passado. Trata-se de enxergar a tênue e viva linha que une os acontecimentos passados ao momento presente, uma linha que nunca se desfaz.
Como nasce a Otroporto?
A Otroporto nasceu de um encontro explosivo – nitroglicerina pura – entre pessoas com afinidades mútuas e talentos complementares. Dessa conexão, formou-se um grupo que cresce constantemente, impulsionado pela dedicação de cada integrante, por uma gestão competente e pela alegria de estarmos juntos produzindo algo positivo para as pessoas.
Somos uma associação sem fins lucrativos que atua na inclusão, no compartilhamento de saberes e valores, e na busca pela cidadania plena por meio da arte, educação, ciência, sustentabilidade, esporte e outros eixos. Nosso trabalho gera fruição cultural, oportunidades e renda, tanto por meio de nossas iniciativas quanto por meio das ações que apoiamos.
Aproveito o espaço para agradecer a toda a equipe Otroporto: Marquinhos, Lauro, Guy, Gabi, Keke, Arthur, Lilian, Bruno, Joka, Lola, Alê, Guilherme, Rochele, Angelita, Helena, Valder, Kim, Marina, Pepeto, Bero, Otávio, Ju, Dóris, Nando, Mariana, Leandro, Ricardo, Euler, nossa madrinha Fer Pereira e, claro, o gato Ma-ha. A todos os amigos e apoiadores que navegam conosco nesta linda embarcação chamada Otroporto, meu muito obrigado!
Qual a importância da existência desses espaços?
A importância desses espaços é imensa. Em primeiro lugar, cuidar dos outros fortalece nossa empatia e nos faz perceber como agentes colaboradores, e não apenas competidores. O amor e a gentileza geram compreensão imediata e criam uma corrente positiva nas relações cotidianas.
Além disso, a arte, a educação e a ciência ocupam um papel insubstituível no autoconhecimento e no desenvolvimento do pensamento crítico. O conhecimento é uma ferramenta poderosa para o mundo.
Por fim, há a chamada “economia horizontal da cultura”, que espalha e multiplica prosperidade em todas as áreas da economia. Por isso, investir no saber, aliado ao acolhimento e à gentileza, talvez seja a receita mais eficaz e segura para o futuro da humanidade.