Marroni revela passivo de R$ 40 milhões no Pronto Socorro
Edição 18 de fevereiro de 2025 Edição impressa

Segunda-Feira31 de Março de 2025

Política

Marroni revela passivo de R$ 40 milhões no Pronto Socorro

Prefeito apresentou ao Legislativo o relatório dos primeiros três meses de governo

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Marroni revela passivo de R$ 40 milhões no Pronto Socorro
Prefeito apresentou ao Legislativo o relatório dos primeiros três meses de governo. (Foto: Jô Folha)

O prefeito Fernando Marroni (PT) visitou a Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (27) para entregar um relatório dos primeiros 60 dias úteis de governo. Ele revelou que o atual Pronto Socorro deixará um passivo de R$ 40 milhões.

Marroni afirma que a obra do novo Hospital Regional de Pronto Socorro deverá ser concluída em agosto, mas que na migração do atual contrato com o Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) haverá um passivo de R$ 40 milhões, em especial com obrigações trabalhistas. O prefeito lembrou que os funcionários do atual Pronto Socorro são contratados pela Universidade Católica de Pelotas.

“Na transição, trabalhamos com o governo do Estado que havia uma intenção de repasse desses recursos ao Fundo Municipal de Saúde para fazer essa indenização aos trabalhadores do Pronto Socorro, o que legalmente não é possível por conta de esse passivo estar na conta da UCPel e esse repasse não pode ser feito legalmente. Vamos ter que internamente, em Pelotas, resolver esse tema”, diz Marroni.

Busca por recursos

Em entrevista ao jornal A Hora do Sul, Marroni afirma que a primeira ação do Executivo será “insistir que se tenha um recurso extra do governo do Estado”. O prefeito argumenta que a prefeitura não tem capacidade para custear essa dívida deixada no hospital. “São recursos que dizem respeito à atenção especializada da saúde, que é o Pronto Socorro. Bom, esse passivo nós queremos incluir nesses recursos de atenção especializada”, argumenta.

Segundo o prefeito, o Ministério da Saúde e o governo do Estado estão sendo demandados para que os equipamentos para o novo hospital sejam adquiridos, permitindo que a estrutura entre em funcionamento pouco depois do fim das obras.

Alternativa regional

Observando a crise dos hospitais da região – Santa Casa de Rio Grande e São Lourenço do Sul – o prefeito defende que Pelotas deve se consolidar como um polo regional de saúde a partir da construção de uma policlínica regional

O novo espaço deve ser criado através do novo PAC, que está com editais até a próxima segunda-feira. “Estamos preparando todos os projetos para captação dos recursos do PAC. […] O governo está dedicado a apresentar esses projetos para aqueles temas estruturantes como a saúde, educação, a questão viária da cidade, o saneamento e a questão da mobilidade urbana”, explica Marroni.

Prefeito destaca ações e desafios

Na tribuna, Marroni também listou os desafios encontrados na prefeitura, como os problemas em ruas pavimentadas e não pavimentadas, os problemas estruturais de escolas e unidades de saúde, além do déficit habitacional e da necessidade de regularização fundiária, além das necessidades no saneamento.

Comemorou a manutenção de resultados da segurança pública através do Pacto pela Paz e afirmou que a intenção do governo é adotar o cercamento eletrônico e o videomonitoramento para reforçar a segurança de Pelotas.

O prefeito afirmou que foi identificado um déficit de cerca de 800 servidores e que há dificuldade de atender essa demanda diante dos salários oferecidos pela prefeitura serem baixos. “Temos mais déficit na área administrativa, na área de técnicos de nível superior como geólogo, engenheiro, arquiteto, assistente social, enfim, essas profissões de nível superior que dizem respeito aos projetos, as fiscalizações, as obras e a infraestrutura”, detalha o gestor.

Segundo Marroni, a prefeitura de Pelotas terá um déficit orçamentário de R$ 289 milhões em 2025. “Este enfrentamento vai nos levar a um ano muito difícil nas finanças públicas da prefeitura e à impossibilidade de novos investimentos com recursos próprios”, disse.

Como governar com esse déficit?

O prefeito afirmou que os desafios são compartilhados entre o Executivo e a Câmara de Vereadores e disse que recebeu a prefeitura com um passivo de R$ 97 milhões em restos a pagar de 2024. “Sabemos do desafio, mas estamos conscientes daquilo que podemos no curto e médio prazo acelerar para diminuir essas debilidades da cidade”, disse, afirmando que o objetivo é ter o déficit reduzido ou zerado até o final do primeiro trimestre de 2026.

Marroni afirma que desde os primeiros dias de governo, a gestão está reduzindo custos não essenciais e buscando novos recursos, o que já teria possibilitado o pagamento de um terço da dívida de 2024. “Nós já compusemos um Comitê de Controle Financeiro e já obtivemos resultados nos meses de janeiro e fevereiro, o que nos possibilitou pagar R$ 33 milhões de restos a pagar de 2024, reduzimos um terço já nesses primeiros 90 dias.

Investimentos

Questionado sobre como está buscando novos recursos para o município, o prefeito cita os programas federais e emendas parlamentares como principais alternativas. Conforme Marroni, atualmente a prefeitura pelotense possui nível C de Capacidade de Pagamento (Capag), o que não permite financiamentos com juros baixos, sendo necessário equilibrar as finanças para subir no ranking.

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