Interditado há 13 anos, o prédio da antiga Escola de Belas Artes será finalmente revitalizado. Com recursos aprovados há mais de dois anos, entraves no processo de restauração em função de ser uma edificação de 1881, postergou a abertura de licitação de edital. A obra está orçada em mais de R$ 6 milhões e os recursos são da chamada pública “Resgatando a História”, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o apoio da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS).
A previsão é de 180 dias para a conclusão dessa primeira etapa, que permitirá a licitação para a obra de execução. A expectativa é de que o prédio abra as portas em três anos. “O Iphan pediu para desdobrar o projeto. Foram questões técnicas, pois havia a necessidade de separar a parte cultural. Por isso tivemos que refazer e encaminhar novamente”, explica a reitora da UFPel, Úrsula Rosa. Foi quase um ano entre pedidos e aprovações até estar apto em todas as instâncias. Na última semana a reitoria se reuniu com a empresa de Porto Alegre, vencedora da licitação do projeto, e espera que essa etapa termine antes dos seis meses previstos.
A pressa em recuperar o imóvel está no tempo em que ficou fechado. A estrutura começou a apresentar problemas em 2010. Até 2012, quando foi totalmente interditado, duas peças ainda eram utilizadas para a exposição. “Tentamos recursos federais, mas foi uma época de cortes para obras de capital”, esclarece a reitora, ao citar que por ser um prédio tombado pelo município, depende de análises do Iphan e com altos custos para execução. Há 13 anos fechado, o estado de deterioração não permite a entrada no prédio.
Destino
A UFPel vai manter o nome de Escola de Belas Artes Carmem Trápaga Simões e já traçou a ocupação do prédio, que servia de escola de artes desde 1949 e, em 1963 foi doado pela família à instituição de ensino. A proposta inicial é atender projetos de extensão de todas as áreas da arte, espaço para ateliê, salas multiuso com apresentações de dança, música e exibição de cinema. O projeto inclui ainda um sistema acústico de um miniauditório com capacidade de até 50 pessoas.
“Planejamos um projeto educativo relacionado à arte e patrimônio, pois o Belas Artes fica próximo aos museus”, destaca Úrsula. Ela lembra que o prédio foi onde iniciou o Centro de Artes e passaram gerações de artistas e docentes que têm reconhecimento nacional e internacional. Como a edificação é em área central, a reitoria irá trabalhar ainda com projeto educativo traçando uma rota turística com demais prédios, como o Museu Carlos Ritter e o Museu do Doce (Casarão 8 da praça). “A ideia é fazer ainda um trabalho voltado ao patrimônio usando esses prédios e os espaços culturais da Prefeitura, através de oficinas, não só na educação escolar, mas para os nossos estudantes de turismo”, frisa a reitora.