A pelotense Manu Morelli, 24, conhecida pelo filme Domingo (2018), rodado em Pelotas, e papéis nas minisséries Onde Está Meu Coração (2020) – onde contracenou com Letícia Collin e Fábio Assunção -, e Todo Dia a Mesma Noite (2023), documentário da Netflix sobre o incêndio na Boate Kiss, agora dá vida à doutora Carol Argento, em Beleza Fatal. A telenovela brasileira foi produzida pelo serviço de streaming Max em parceria com a produtora Coração da Selva.
A estreia foi em 27 de janeiro e no dia 10 de março passou a ser exibida em canal aberto pela Rede Bandeirantes. Em um papel desafiador, a jovem atriz fala da sua carreira e dos planos para o futuro.
Como surgiu o convite para fazer Beleza Fatal?
A diretora Maria de Médici, que tem 30 anos de carreira na Globo, tinha dirigido em De Volta aos 15, onde eu fiz uma pequena participação. Na outra temporada eu voltaria com a personagem maior, mas acabou que eu saí para ir para o Beleza Fatal. E foi um convite dela que já conhecia meu trabalho. A gente tinha muita vontade de trabalhar junto.
Tu atuas ao lado de feras como Camila Pitanga, Camila Queiroz, Murilo Rosa, Caio Blat e Herson Capri. O que isso representa?
Ah, trabalhar com essas pessoas representa para mim uma felicidade muito grande em conseguir estar compondo com pessoas de tão alto nível. Tem também a Julie Stoker, que eu não deixo de falar, porque eu acho que ela é uma atriz esplêndida, assim, o que ela faz ali com a Gisela, o contraponto que ela faz, toda essa trama que fala de beleza, o jeito que ela questiona também essas questões. Também foi uma honra ser a Carol da Gisela dela. É uma grande aula. Uma pessoa que valoriza o jogo teatral, a arte da cena, é muito bom de trabalhar junto. Para mim é quase um selo: eu consegui, aqui eu cheguei, no sentido da telenovela, da essência brasileira da telenovela.
Como é a médica Carol Argento?
A Carol Argento é uma menina muito honesta, muito ingênua. Ela acredita nesse retorno da mãe porque ela não teve solução nesse caso, imagina uma mãe sequestrada e você também vive num lugar e em uma família totalmente privilegiada. Ela na verdade vive naquela realidade milionária e acho que ela é a menos adoecida e a menos antiética. Mesmo assim, vai ser uma menina privilegiada, com dificuldade de enxergar a realidade como ela é. E ela é essa bússola moral da história. Faz o contraponto da Camila Pitanga e da Júlia, da Sofia principalmente.
Quais teus planos profissionais?
Eu tenho coisas agora que eu não posso falar, mas tenho um filme chamado Espiral, do diretor Leonardo Peixoto, que inclusive foi aluno da minha mãe [Andrea Schönhofen] no curso de cinema na Federal [UFPel]. A minha personagem passa por algumas descobertas de sexualidade. Também vou começar a fazer faculdade de Licenciatura na UniRio, porque a vontade de estudar nunca cessa.
Como tu vês a produção cinematográfica de Pelotas e do Rio Grande do Sul?
Embora seja um cinema com muito menos orçamento, como acontece em todos os lugares que não são o eixo sudeste, é muito difícil. Mas eu comento sempre: o desejo de fazer cinema aí e tem muita gente que faz. Sempre torço e desejo grandes editais, grandes movimentações e valorizações na cultura do Rio Grande do Sul e de Pelotas também, principalmente na cultura cinematográfica. Quando eu fiz Domingo, nossa! Quantas vezes na minha vida eu consegui ver a minha cidade na tela. É um filme que se passa numa charqueada, um ambiente que é tão usado para várias questões, e os espaços carregam muita história que não dá para a gente só olhar para o lado que a gente quer.