Escola do Sítio Floresta tem déficit de professores

Problema

Escola do Sítio Floresta tem déficit de professores

Falta de sete profissionais afeta a regularidade das aulas do currículo de cerca de 200 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental

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Escola do Sítio Floresta tem déficit de professores
Pais reclamam que estudantes precisam sair mais cedo constantemente. (Foto: Jô Folha)

Desde o início do ano, a equipe diretiva da Escola de Ensino Fundamental Independência, localizada no bairro Sítio Floresta, tenta articular a alocação dos professores a fim de minimizar os efeitos da escassez de profissionais no aprendizado dos alunos. No entanto, em alguns dias isso não é possível. Diante do déficit de sete docentes, na sexta-feira, por exemplo, uma turma de 26 estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental não teve aula.

Além disso, é comum que os alunos sejam dispensados mais cedo da escola ou tenham o horário de entrada atrasado. O problema afeta especialmente os cerca de 200 estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental no período da tarde. Eles estão sem docentes em disciplinas como educação física, música, introdução a produção literária e introdução ao conhecimento computacional. “Temos entrado em contato com a SME [Secretaria Municipal de Educação] e o que eles nos respondem é que têm realizado o chamamento, mas que os professores não aparecem”, diz a diretora Crislaine Roveda.

Conforme a diretora, é urgente a reposição de um professor correspondente a 40 horas semanais, que, normalmente, é o profissional de referência para a turma. “Estamos sem esse professor titular efetivo desde o início do ano por causa de remanejos e licença maternidade”, diz. A lacuna prejudica principalmente a turma do 3º ano do turno da tarde.

Impacto em toda comunidade escolar

No entanto, segundo uma mãe de aluno e membro do conselho escolar, o déficit acaba afetando de alguma forma todos os 800 alunos da escola devido à necessidade de realocação constante entre as turmas. “Os que não saem mais cedo têm uma professora, que nem é substituta, e que está ali só para tapar buraco. Então eles não aprendem o que tem que aprender, a professora leva jogos, leva eles para jogar futebol, diferente de ter um professor para a matéria”, diz Tanise da Cunha Luna.

A mãe reclama ainda que a falta de professores tem acentuado a defasagem na educação, já oriunda da pandemia. “Isso prejudica muito. Tem gente na 6ª série se alfabetizando ainda, imagina eles que estão saindo daqui [da escola] para entrar no Ensino Médio”.

Duas horas de aula

Segundo relato de mães, houve dias em que parte das crianças entraram na escola às 14h e saíram às 16h. Tanise destaca que a situação dificulta a rotina dos pais com os filhos, ainda mais diante da distância do bairro do Centro. Por isso, duas mães tiveram que pedir demissão do emprego, pois não havia mais ninguém à disposição para buscar as crianças fora do horário. “Na reunião de pais [na sexta-feira], um pai declarou que vai tirar a criança da escola porque não tem como ele sair do serviço para buscar mais cedo toda hora”, relata.

Déficit por licenças

Conforme informações da Secretaria de Educação, a situação na Emef Independência ocorre por conta da licença maternidade de duas professoras de anos iniciais e da licença prêmio pré-aposentadoria de mais duas professoras de anos finais.

Em nota, a prefeitura declara que está em busca de complementação de carga horária para professores efetivos, já que este déficit não caracteriza vacância.

A SME explica que tais cargos não estão contemplados com o Processo Seletivo Simplificado em curso por existirem candidatos aprovados em concurso vigente, e ainda destaca que foi publicado Edital de Nomeação nº 75/2025 vigente até 25 de março, no qual a prefeitura aguarda a efetivação dos nomeados.

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