Diretor presidente do Badesul, o pelotense Claudio Gastal estará no município hoje para fechar um contrato de financiamento de R$ 3 milhões com uma empresa da área da saúde. Gastal ressalta as vantagens que o empreendedorismo pode encontrar nas linhas de créditos e na assessoria oferecida pela Agência, vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado. Para 2025, a perspectiva é buscar recursos internacionais para que os financiamentos tenham taxa de juros menores do que a Selic.
O Badesul teve lucro liquido de R$ 53 milhões em 2024, como avalia esse resultado?
Desde o início da minha gestão no Badesul, vindo da experiência na secretaria de Planejamento e Gestão, eu tinha convicção de que o Badesul poderia ser uma grande ferramenta de desenvolvimento do Estado. Nos últimos dois anos isso vem tendo bons resultados. O lucro líquido de R$ 53 milhões deste ano [2024] foi abaixo do lucro do ano passado [2023] porque tivemos a enchente que atrapalhou bastante.
Na enchente uma das primeiras coisas que o Badesul fez foi o chamado stand still, suspender durante 12 meses a necessidade de pagamento dos empresários que têm créditos com o Badesul. Isso impactou o nosso resultado, mas foi fundamental para que as empresas pudessem sobreviver. A partir de maio deste ano elas voltam a pagar.
O Badesul não pode se preocupar somente com lucro, ele tem que se preocupar com o desenvolvimento do Estado e o fomento as empresas. O que é recorrente é o desconhecimento que se tem sobre o Badesul, suas linhas de financiamento e as ações que ele apoia e incentiva.
O que é o Badesul e como ele funciona?
O Badesul não é banco, ele era banco nos anos 70. O Badesul é uma agência de fomento para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul por meio de crédito. A partir da disponibilidade de linhas de financiamento para investimentos de longo prazo. Hoje cerca de 50% da nossa carteira atende ao agronegócio, 40% negócios empresariais de maneira geral e temos uma linha para o setor público. Ou seja, financiamos obras e projetos dos municípios.
O Badesul busca a melhor forma, a melhor linha para o empreendedor. Por exemplo, nesta segunda-feira estarei em Pelotas fechando um contrato com uma empresa da área da saúde, repassando para eles o valor de R$ 3 milhões para investimentos. O que a gente quer é que as empresas cresçam e se desenvolvam.
Como você enxerga o desenvolvimento de Pelotas?
A região sul tem muito potencial, mas quando vemos a distribuição dos créditos do Badesul pelo Estado, é muito pouco ainda a tomada de crédito pelas empresas de Pelotas e região. Há uma certa aversão ao risco do empreendedor pelotense. E tem uma dificuldade clara de desenvolvimento econômico. Então tem a necessidade que tenha cada vez mais empresas crescendo e se desenvolvendo.
Hoje o Badesul é o maior investidor nos Fips [Fundos de Investimento em Participações em Startups], estamos chegando a R$ 75 milhões de investimentos, são aqueles fundos que investem em Startups com potencial. E estamos vendo algumas startups de Pelotas que possam ser candidatas para receber investimentos.
O que é esperado para o Badesul em 2025?
Temos uma meta de chegar de R$ 90 a R$ 100 milhões de resultado [lucro líquido]. Voltar ao patamar pré-enchente. Claro que tem um desafio muito grande que a taxa selic crescendo, o dinheiro está caro. Por isso estamos buscando alternativas, por exemplo, estamos em negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para captar US$ 200 milhões, cerca de R$ 1,2 bilhão, de recursos internacionais para poder colocar no mercado para as empresas do Estado. Seriam taxas mais palatáveis do que o BNDES e o marcado cobram.
