É hora de parar e refletir: até onde vale a pena um município como Pelotas, com suas dificuldades financeiras e suas peculiaridades, administrar um terminal rodoviário? Mais do que isso: o que Pelotas vai fazer com um prédio tão grande? Dado o passivo de R$ 4 milhões e o provável déficit constante, mostrados na reportagem da capa de hoje, é fundamental que o município analise e decida qual suas intenções com a rodoviária, tanto como estrutura física quanto como terminal. E faça algo urgente.
O espaço fica em uma área estratégica, em uma das regiões que mais crescem em Pelotas e que em breve estará cercada por dois hospitais de referência, o novo Pronto Socorro regional e o Hospital Escola da UFPel. É, ainda, uma via de acesso para o Fragata, maior bairro da cidade. Portanto, há que se refletir profundamente sobre o uso.
Hoje o município gasta dinheiro com aluguel de espaços, o que faz pouco sentido. Talvez a solução seja transformar o prédio da rodoviária em um grande centro administrativo, que centralize secretarias e outras repartições em uma ação estratégica em três frentes: geração de economia, otimização de espaço e aproximação de órgãos públicos visando diminuir a peregrinação da população de prédio em prédio sempre que algo é necessário.
Ao mesmo tempo, enquanto terminal rodoviário, é ao menos questionável a necessidade de manter sob o escopo público. É possível argumentar que a prefeitura tem muito mais coisas para se importar do que gerir isso. Uma privatização, teoricamente, não enfrentaria grandes resistências e diminuiria um pouco da carga sobre a gestão do município. Menos algo para se preocupar, para dar prejuízo e a possibilidade de uma otimização sob gestão de alguma empresa especializada.
Para isso, é preciso colocar a rodoviária no divã. Analisar, refletir e diagnosticar o que vai ser, como vai ser e para onde irá. Uma visão de futuro precisa ser feita para ontem, afinal, já é algo que vem se arrastando há muito tempo. Pode ser vista como um problema ou como uma solução. Depende do ângulo. E aí que está o desafio do atual governo, ou de um próximo que enfim resolver encarar essa questão.