Após o reajuste que elevou as tarifas do transporte coletivo urbano e rural de Pelotas para R$ 6, o prefeito Fernando Marroni (PT) defende a necessidade de aumento e espera poder reduzir os valores até o fim do governo. Ele afirma que o desconto que permitia a tarifa de R$ 5 para o pagamento com cartões tornou-se impraticável com o aumento dos custos por fatores como o ICMS do óleo diesel, a reoneração da folha e o reajuste dos trabalhadores.
“Fizemos um realinhamento das tarifas para R$ 6, que já era praticado em dinheiro nas catracas, justamente por aqueles que são mais fragilizados, que ganham o dinheiro no dia para pagar o transporte, que pagam em dinheiro e não têm cartão”, sustenta.
De acordo com o prefeito, para manter o valor do transporte rural será necessário um subsídio de R$ 3,7 milhões, sendo R$ 2,3 milhões do consórcio do transporte urbano e R$ 1,4 milhão da prefeitura. O custo de cada passageiro é de R$ 15,30, com o subsídio cobrindo R$ 9,30 para permitir a tarifa de R$ 6. “Mesmo com o orçamento apertado, a prefeitura vai participar desse subsídio para que se mantenha a isonomia”, defende.
Frota elétrica e infraestrutura
Duas propostas de campanha do prefeito para a mobilidade urbana foram a manutenção das vias por onde passam os ônibus e a adoção de ônibus elétricos. Segundo ele, tirar as promessas do papel depende da aprovação dos projetos no governo federal.
“Incluímos no PAC Mobilidade o caminho do ônibus, para melhorar as vias e diminuir a manutenção, e também circular com ônibus elétricos, que é a nossa iniciativa de financiar para retirar gradativamente o diesel, que tem um impacto significativo na tarifa”, diz. “Se formos selecionados, vamos ver qual é a nossa capacidade de pagamento para poder aportar recursos”, afirma.
Tarifa zero
Uma das pautas defendidas, inclusive por vereadores da base do governo, é a adoção da gratuidade do transporte público. Marroni afirma que o direito à mobilidade urbana é previsto na Constituição, mas pondera que isso pode não acontecer tão cedo. “Para garantir o direito de mobilidade gratuita, demora um pouco e depende de financiamento entre União, estados e municípios”, diz.
Para este governo, o prefeito diz que espera poder reduzir as tarifas. “A partir do momento que vai se implantando o caminho do ônibus e os ônibus elétricos, nós queremos, no final desses quatro anos, ter condições de redução das tarifas. Para chegar ao custo zero, depende de uma política pública que vai ter custos para a União”, afirma.
Fim da integração
Uma das preocupações que surgiu com o reajuste das tarifas é o fim da integração, que permite que os usuários utilizem dois ônibus pagando uma tarifa única. Marroni afirma que a integração teve fim apenas para o vale-transporte.
“Isso não tem impacto para os trabalhadores, porque eles descontam no limite de 6% da remuneração. Esses que recebem vale-transporte e precisam pegar dois ônibus para chegar ao trabalho, a empresa vai fazer uma contribuição com a manutenção do sistema de transporte coletivo”, sustenta.