“Se você levar a sério a sua marca, você vai ser levado a sério”

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“Se você levar a sério a sua marca, você vai ser levado a sério”

Erika Romuniuk - Artista plástica

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Atualizado terça-feira,
18 de Março de 2025 às 16:34

“Se você levar a sério a sua marca, você vai ser levado a sério”
Artista criou marca de artigos de madeira para mesa-posta e churrasco em Pelotas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Erika Romaniuk é artista plástica, com graduação voltada à escultura pela UFPel e complementação acadêmica em Portugal. Ao longo de sua trajetória, participou de exposições e concursos de arte em São Paulo e no exterior. Com o tempo, direcionou seu trabalho para o design de mobiliário, um grande sonho seu, e comanda atualmente a Tabuaria, marca de artigos de madeira para mesa-posta e churrasco. Seu trabalho mantém forte presença artística, refletida em peças que unem funcionalidade e estética.

Como foi a transição da escultura para o design de mobiliário?

O mobiliário sempre esteve presente nas minhas esculturas, e, durante minha trajetória poética na faculdade de artes, essa ligação sempre existiu. O que aconteceu foi uma migração para essa linha mais comercial. Essa transição veio, primeiro, pelo meu gosto pessoal por mesa-posta, pelo bem-servir e pela estética. A marca foi muito fomentada na época da pandemia, porque tivemos mais momentos em família e uma retomada do preparo dos próprios alimentos, algo que tínhamos perdido. Passei a valorizar mais essa experiência. Além disso, notei uma deficiência na região em relação a itens autorais para essa linha, com um foco na personalização. A maioria dos produtos da Tabuaria são peças únicas, feitas com pedaços de madeira, trazendo uma linha que reflete o conceito do rústico chique.

Qual foi o maior desafio ao criar a Tabuaria?

O que eu achei que seria um desafio era o fato de ser uma mulher trabalhando com marcenaria, mas, felizmente, isso não foi um obstáculo. Na verdade, é uma surpresa para as pessoas quando descobrem que a Tabuaria foi criada por uma mulher, e não por um homem marceneiro, e que toda a concepção vem de uma artista plástica. A aceitação tem sido incrível. Não posso dizer que encontrei grandes desafios na criação da marca, apesar de ela ter surgido em um período difícil, durante a pandemia. O crescimento foi muito natural, ouvindo os clientes e mantendo essa troca, que continua até hoje.

De que forma sua formação artística influencia suas peças comerciais?

As experiências fora do país me deram a oportunidade de conhecer os principais museus do mundo, o que acredito ter sido essencial para desenvolver uma boa referência estética e aprender a fugir da mesmice. Além disso, trouxe muitas influências da culinária italiana, francesa e espanhola. O mercado segue tendências, e a tendência da mesa-posta tem uma ligação forte com referências americanas. A influência da formação artística na criação das peças comerciais vem da busca por sair do óbvio. A resolução final das peças está muito mais ligada à criatividade e às linhas orgânicas do que simplesmente ao uso do material. A proposta que eu levo para a Tabuaria é: mesmo sendo feito à mão e mantendo traços artesanais, o acabamento é impecável.

Qual conselho você daria para artistas que querem empreender?

Desde o primeiro trabalho que entreguei na faculdade, sigo um conselho: fazer tudo com muito profissionalismo e bem feito, independente do que seja. Levar muito a sério e fazer a entrega de forma profissional desde o início, gera boas percepções por parte das pessoas. E não precisa ter medo de parecer esnobe. Se você levar a sério a sua marca, você vai ser levado a sério.

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