Lula e Bolsonaro, as duas principais lideranças políticas do Brasil, dão sinais de desgaste e o cenário para as eleições de 2026 continua indefinido. No governo, o presidente Lula (PT) enfrenta a pressão do aumento da desaprovação nas pesquisas e a alta dos preços nos supermercados.
Sem outro nome de destaque na esquerda, Lula continua sendo a principal aposta para disputar a presidência e ninguém ousa se lançar candidato. A um ano e meio das eleições, porém, o contexto econômico e a disputa de narrativa nas redes sociais são desafios que podem comprometer os planos petistas.
Do lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a situação não é muito melhor. O ato a favor da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro reuniu menos de 20 mil pessoas em Copacabana no último domingo, segundo pesquisadores da USP – um número que não chega nem perto das outras grandes manifestações bolsonaristas, sinalizando uma desidratação em sua base mais fiel na direita. Para comparar, a manifestação de 25 de fevereiro do ano passado levou 185 mil pessoas à Avenida Paulista.
Além disso, Bolsonaro segue inelegível e pode nem conseguir entrar na disputa. Embora insista que será candidato, outros nomes tentam se consolidar como alternativas da direita. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é cogitado, mas se mantém discreto e fiel a Bolsonaro. Enquanto isso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), colocou seu nome no páreo em uma possível chapa com o cantor sertanejo Gusttavo Lima, de olho no voto conservador.