Fundação Carlos Barbosa Gonçalves celebra 50 anos

Jaguarão

Fundação Carlos Barbosa Gonçalves celebra 50 anos

Instituição mantenedora desta casa de memórias se volta para tornar a entidade uma aliada do turismo cultural de Jaguarão

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Atualizado sábado,
15 de Março de 2025 às 15:34

Fundação Carlos Barbosa Gonçalves celebra 50 anos
Prédio, que foi moradia do político, hoje abriga o museu que guarda documentação histórica. (Foto: Christian Bertuol)

O médico e político brasileiro Carlos Barbosa Gonçalves (1851-1933) construiu uma importante trajetória, que influenciou os destinos de diferentes comunidades gaúchas. De família jaguarense, mas nascido em Pelotas, foi em Jaguarão que construiu sua família e seu patrimônio. Graças a iniciativa de suas filhas, que ao perceberem a importância desse legado para o país, hoje sua história se concentra na Casa Museu que leva o nome do patrono. Um projeto fomentado pela Fundação Doutor Carlos Barbosa Gonçalves, que celebra neste sábado, 50 anos.

A Fundação constituída em 27 de maio de 1975 concretizou o sonho de Eudóxia e Branca Barbosa, filhas do líder político, de levar para diferentes gerações a história construída por Carlos Barbosa. A celebração em datas diferentes, explica o conselho da entidade, vai aproveitar o clima de verão, mais propício a atividades no externas. Como a que vai ocorrer neste sábado, quando convidados vão conhecer um pouco mais sobre a Casa Museu, que chegará a cinco décadas em 2027.

Para alcançar o objetivo de preservar essa herança cultural, as irmãs receberam o apoio de familiares e contaram com o trabalho de contadores e advogados, que projetarem uma maneira dos bens deixados por elas sustentarem o patrimônio. De fato, a família conseguiu criar os mecanismos que mantêm a Casa Museu até hoje, porém na época não havia uma preocupação em tornar a entidade uma aliada ao turismo cultural do município.

O presidente do Conselho Administrativo da Fundação, Clóvis Teixeira, lembra que além do sustento do Museu, o patrimônio da Fundação auxilia outras entidades de Jaguarão, como a Santa Casa de Caridade, o Asilo de Velhos, Comunidade São Vicente, entre outras iniciativas comunitárias, como era o desejo, expresso em testamento, das irmãs. “Não é só cuidar da Casa Museu, a gente também ajuda outras instituições e isso está no estatuto da Fundação”, explica Teixeira.

“E não é só essa Casa Museu, existem outros bens, que a gente projeto, até os 50 anos do Museu, criar, por exemplo, num prédio aqui na frente, que se chama Prédio Tiarajú, um centro de educação e pesquisa”, diz a turismóloga Larissa Bicalho, gestora Cultural do Museu. Além do que está à disposição do público, há outra parte do acervo histórico e documental, como fotografias, documentos e livros de receita, que não foi catalogada. Um material, que as irmãs também imaginaram disponibilizar para a pesquisadores.

Quatro mil itens

O Museu está sediado no palacete em que Carlos Barbosa Gonçalves viveu a maior parte da vida. Nele está um acervo de mais de quatro mil itens catalogados, entre vestimentas, mobília e objetos da residência do final do século 10, e diversos documentos que são parte da história do Rio Grande do Sul. Os 50 anos da Fundação serão comemorados com uma agenda de diversas atrações, que segue ao longo dos próximos meses.

 

Voltada para o turismo

Larissa explica que a  primeira geração de conselheiros se preocupou em criar mecanismos para dar estabilidade à entidade. Agora o atual conselho começa a estudar estratégias para alinhar mais a Casa Museu à cultura, à arte e ao turismo. “Pensando nessa transformação a gente começa a trabalhar a parte cultural, começamos a fazer pesquisas para saber o que deveríamos melhorar para trazer a comunidade”, conta Larissa.

Uma das novas iniciativas foi a criação de uma agenda cultural semanal. Nas segundas-feira, por exemplo, o trabalho é dedicado às escolas, com peças de teatro e musicalização. “A gente fala da boneca Glorinha, uma das bonecas da filha de Carlos Barbosa Gonçalves, que é parte do acervo, que as crianças tinham como a boneca do terror, agora ela está toda arrumadinha”, comenta. A boneca vai dar origem ao livro pedagógico O Conto da Boneca Encantada.

Nas terças-feiras o trabalho é voltado para o turismo, trabalho em parceria com a rede hoteleira e gastronômica. O objetivo é incentivar o turismo e a visitação à Casa, porque o conselho detectou que a entidade ainda é pouco conhecida. “Para se ter uma ideia, não tinha nem uma placa na fachada, que indicasse que era um patrimônio histórico”, fala a turismóloga.

Também está sendo feito um trabalho mais forte no marketing digital e papelaria, foi criada uma identidade visual e aberta uma loja de souvenirs. Ainda está sendo projetada a acessibilidade. “Estamos nos transformando ainda”, fala a gestora Cultural.

Ainda dentro da nova programação, nas quartas-feiras ocorrem as oficinas de arte, que este ano terá uma parceria com o Senar, por causa da relação da família com o ambiente rural. Nas quintas-feiras ocorrem shows e nas sextas e nos sábados os turistas são recebidos com música tocada ao som do piano da casa.

Visitação

A Casa Museu Dr Carlos Barbosa Gonçalves fica na rua Quinze de Novembro, 642, no Centro de Jaguarão, e abre de segunda-feira a sábado, das 9h às 11h e das 14h às 17h. Aos domingos, o espaço cultural funciona apenas com agendamento prévio, até sexta-feira pela manhã, para grupos com, no mínimo, dez pessoas.

Os ingressos custam R$10 para adultos e crianças de até cinco anos não pagam. Escolas possuem descontos especiais. Agendamentos e mais informações podem ser acessados através da página do Instagram, em www.instagram.com/museudrcarlosbarbosa.

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