Visita da princesa Isabel de Bragança movimentou a Zona Sul em 1885

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Visita da princesa Isabel de Bragança movimentou a Zona Sul em 1885

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O primeiro trimestre de 1885 marcou a visita da princesa Isabel de Bragança à Zona Sul do Estado. A filha do imperador Dom Pedro II chegou à região acompanhada pelo marido, o Príncipe-Consorte, Gastão de Orléans, o Conde d’Eu, pelos filhos e por uma comitiva. A passagem dos monarcas foi registrada entre os dias 6 de fevereiro e 17 de março.

“A Princesa Isabel foi uma das personalidades mais interessantes do Período Imperial Brasileiro, sendo uma das nove mulheres a exercerem o poder absoluto no mundo”, descreveram os pesquisadores Vera Rheingantz Abuchaim e Leandro Ramos Betemps, na publicação A visita da Princesa  – 1885, trabalho feito para uma edição do Caderno do Histórico e Geográfico de Pelotas (IHGPel), em 2011. No material, os historiadores transcrevem reportagens sobre a passagem da princesa pela região de Pelotas.

 No palacete dos Ribas 

A chegada a Pelotas foi no dia 6 de fevereiro a bordo do paquete Itapuan. A monarca e sua família foram recebidos. “No trapiche, aguardavam a herdeira do trono, a Câmara Municipal incorporada, Estado Maior da Guarda Nacional, representações consulares, comissões de diversos clubes e associações, monsenhor Veras, cônego Doutor Canabarro, visconde de Piratini, guarda roupa de S.M. o Imperador, Juiz de Direito e grande massa popular que começou a se movimentar desde às 7h da manhã“, descreve. 

No trajeto até o palacete da família Ribas, onde a família imperial ficou hospedada, foram depositadas pétalas de flores pelas ruas e acompanharam o cortejo, cerca de 150 carros. O prédio histórico da rua Félix da Cunha esquina Tiradentes, que hoje é ocupado pela UniSenac – Campus Pelotas. 

Em Pelotas a princesa, além de ser homenageada por diferentes entidades, conheceu fábricas, como a de sabão e vellas do Sr. F. C. Lang & C., e visitou mais de uma vez a chácara do Barão dos Três Cerros, onde, posteriormente, foi instalado o Museu Municipal da Baronesa. Ainda fez visitas a entidades como, Sociedade Portuguesa de Beneficência, Câmara Municipal, Biblioteca Pública Pelotense, Escola Veterinária e Santa Casa de Misericórdia, entre outras. 

Outras cidades

Mas os monarcas também visitaram outras cidades da Zona Sul, como Bagé e Jaguarão. Também estiveram em Rio Grande, onde: “o trem imperial foi até à praça municipal, em frente à Câmara. Junto aos trilhos, havia um estrado na altura dos vagões todo atapetado, ornado de flores e arcos com verdes folhagens. O 17° batalhão, em grande uniforme, fazia as honras da recepção. Estavam presentes a Câmara Municipal, autoridades civis, militares e eclesiásticas.

Fonte: Caderno do IHGPel (2011), com textos e pesquisas de Vera Rheingantz Abuchaim e Leandro Ramos Betemps.

Há 100 anos

Assis Brasil tenta mobilizar correligionários contra as eleições

O nome do líder político de Pedras Altas, Joaquim Francisco de Assis Brasil, estava de volta ao cenário gaúcho por sua postura contra as eleições em todo o Estado para eleger os deputados da Assembleia dos Representantes. A votação estava marcada para o dia 15 de março de 1925.

Assis Brasil, ainda auto exilado, depois de ter apoiado os levantes contra os governos do Rio Grande do Sul, em 1923, e do país, em 1924, escreveu um manifesto insuflando a abstenção. Liderados pelo produtor rural, em princípio os membros dos partidos que formavam a Aliança Libertadora decidiram não concorrer no pleito.

Candidatos

Porém, em Caxias, município da 1º Região, na época, alguns correligionários do pecuarista não acataram sua orientação e lançaram candidato. Pelotas, que integrava a 6ª Região, também se opôs e apresentou os nomes do advogado Araujo Cunha e de Francisco Simões, na época secretário da Aliança no município.Também surgiram nomes como Simões Lopes Filho, Antônio Assumpção Júnior, Luiz Gonçalves de Almeida.

Por sua vez, o Partido Republicano tinha na sua nominata de candidatos: Virgilio Porciuncula, de Rio Grande, Donário Lopes de Almeida, de Camaquã, e Manoel Luís Osorio e Victor Russomano, de Pelotas. 

Fontes: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 50 anos

Estreia projeto dos “guardadores mirins” na praça

O Departamento de Assistência Social do município cadastrou e credenciou menores guardadores de carros do entorno da praça Coronel Pedro Osório. Os jovens passaram a usar uniformes e deveriam receber gratificações a partir de 20 centavos de cruzeiro. O objetivo era evitar abusos cometidos pelos “flanelinhas”.

Caso desse certo o experimento, a prefeitura ampliaria a atuação dos “guardadores mirins” para ruas como Marechal Deodoro, próximo da antiga rodoviária, e Sete de Setembro, bem como no entorno da Universidade Católica de Pelotas. 

Fontes: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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