Temporada das Lobas começa com visitas internacionais

Troca de experiências

Temporada das Lobas começa com visitas internacionais

Isabella e Carolina Ferreira, nascidas nos Estados Unidos, participam dos treinos do time feminino do Pelotas

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Atualizado quarta-feira,
12 de Março de 2025 às 11:33

Temporada das Lobas começa com visitas internacionais
Isabella 16 anos, é goleira. Carolina, 14, atua como meia. Ambas jogam no Echo Premier, de Granger, estado americano de Indiana (Foto: Jô Folha)

A 29ª temporada das Lobas está em fase inicial e conta, até o começo de abril, com duas visitantes internacionais. Nascidas nos Estados Unidos, onde moram, as irmãs Isabella e Carolina Ferreira, de respectivamente 16 e 14 anos, participam das atividades da equipe feminina do Pelotas, no ginásio Voleio.

As jovens têm família em Pelotas e passam um período de férias na cidade desde dezembro. Um dos objetivos da mãe, Renata, é que as filhas vivenciem o ambiente e a cultura daqui, além de ganharem mais fluência no português, idioma que dominam apesar da vida inteira das duas ter sido em território norte-americano. E a solicitação para treinar com as Lobas funciona como uma via de mão dupla na troca de experiências.

“É bom ver os dois lados. As gurias são bem legais, muito gente boa, fácil de se enturmar. Diferente de lá. A gente chega e todo mundo dá oi”, conta Carolina, que joga como meia. “É bem diferente o futebol brasileiro do americano. O brasileiro é muito mais focado em técnica, habilidade, e o americano é mais focado no físico. Então, combinar os dois ajuda muito”, completa a goleira Isabella.

O coordenador das Lobas, Marcos Planela, elogia a adaptação e a interação das visitantes com as demais integrantes do projeto. “Falam bem, fluentemente, português. Foram bem recebidas pelo grupo. São meninas tranquilas de lidar, com perfil disciplinado. Em alguns momentos, temos uma ou outra atleta que faz curso de inglês e estão trocando ideias em inglês”, afirma Planela.

As irmãs têm o objetivo de conquistar bolsa universitária e, assim, seguir praticando o esporte (Foto: Jô Folha)

Realidade nos EUA

As irmãs contam que costumam viajar em média a cada dois anos ao Brasil, mas muitas vezes em outras regiões do país. Nos Estados Unidos, elas defendem o Echo Premier, de Granger, Indiana. Entre os objetivos em comum da dupla no futebol está conseguir uma bolsa universitária para aliar, em breve, o esporte à formação acadêmica.

Isabella é a goleira titular no sub-18 feminino, categoria que disputa a liga nacional e que foi campeã estadual em 2022. No ano passado, defendeu um time selecionado para representar os EUA em uma competição na Áustria, onde as norte-americanas acabaram com o vice-campeonato. Em função da idade, Carolina está em outra categoria e participa da liga Midwest, cujos jogos são na capital de Indiana, Indianápolis.

“Normalmente a temporada de outono [primavera no hemisfério Sul] é de escola, mas a gente faz escola em casa para poder viajar. A gente joga em clube durante a primavera. Depende da liga, agora meu time acabou de subir para a liga nacional, então a gente compete todo fim de semana contra times de outros estados. Às vezes tem que viajar quatro horas, oito horas”, conta Isabella.

De agora em diante, a ideia é sustentar e ampliar a parceria, garante Planela. “A primeira coisa que me chamou atenção nelas é que são fisicamente muito fortes, principalmente a Isabella. Mas a Carolina, que tem 14 anos, tem o biotipo de uma sub-17. Está sendo muito bacana essa interação e a gente pretende manter o contato. A gente deu as camisas de recordação para elas levarem aos Estados Unidos”, diz o coordenador das Lobas.

Intercâmbio não é novidade

O projeto ligado ao Pelotas é um dos pioneiros no futebol feminino no país e, ao longo das quase três décadas de atuação, já pavimentou caminhos importantes para o desenvolvimento da carreira de várias atletas. Entre elas, por exemplo, Júlia Oliveira, Débora Maciel e Marina Cabral.

Júlia passou pela Universidade de Chicago e, nesta temporada, voltou ao Brasil para atuar no Avaí/Kindermann. Débora esteve na mesma universidade e está prestes a iniciar a quarta temporada no futebol português. Marina seguiu outro rumo após experiência na Universidade Central Florida e se formou em Psicologia nos EUA.

Projeção do ano

Segundo Planela, a temporada das Lobas começa com 50 meninas de nove a 15 anos nas categorias sub-11, sub-13 e sub-15. Cinco jovens que ultrapassaram a idade para atuar no sub-15 permanecem, apesar de não haver uma categoria sub-17 neste momento.

Estão previstas competições entre março e dezembro. A primeira, já neste mês, deve ser nos Jogos de Intercâmbio com a Escola Rubra, do Internacional, em Porto Alegre. Em breve ocorrerá a assinatura de um contrato de parceria das Lobas com o Grêmio, tornando o projeto pelotense o único parceiro oficial do Tricolor na metade Sul do Estado.

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