Sub-delegado investiga homicídio na cancha do jogo do osso na rua Doutor Cassiano

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Sub-delegado investiga homicídio na cancha do jogo do osso na rua Doutor Cassiano

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Atualizado quarta-feira,
12 de Março de 2025 às 11:52

Há 90 anos

Tanto na ficção quanto na vida real, o jogo do osso pode se tornar uma diversão muito perigosa. O tema ficou imortalizado no conto inesquecível criado pelo talento literário de João Simões Lopes Neto. A trama criada pelo escritor regionalista está no clássico Contos gauchescos (1912). Na obra do pelotense, uma infeliz aposta tem um desfecho trágico. Na vida real, uma cancha na rua Doutor Cassiano, 621, nos fundos do quiosque Vivinho, também foi cenário de um crime, em 12 de março de 1935.

Nos dias 13 e 14, a imprensa repercutiu o crime e anunciou que as autoridades policiais buscavam a origem do desentendimento. Segundo as testemunhas, a vítima Claudemiro Lemos Nogueira, fugindo das regras do jogo, atirou o osso nos pés de Dario Moraes Jambeiro. O atrevimento gerou uma curta discussão.

“Vais morrer”

Indignado, Jambeiro se retirou da cancha. Antes de sair pediu ao dono do quiosque, João Gomes Saraiva, o seu revólver. Minutos depois ele voltou por um outro portão que dava para a rua Marcilios Dias. Sem dar a entender o que faria, bateu no ombro de Nogueira e disse: “Vira-te que vais morrer”. Imediatamente fez disparo, que atingiu o abdômen do cidadão. 

Nogueira procurou no seu casaco uma adaga, porém a arma também tinha sido entregue ao dono da cancha, como faziam todos os frequentadores do local. Ninguém entrava armado pro jogo do osso. Se não fosse a intervenção de outro frequentador do local, Jambeiro teria atirado mais de uma vez. 

A pé, a vítima foi levada por seus companheiros para a Santa Casa. Os médicos Darci Xavier, João Xavier e Paulo Assumpção Osorio tentaram uma cirurgia, para retirada da bala. Mas os ferimentos no intestino gerou uma hemorragia que levou o homem à morte, por volta das 3h da madrugada.

Livrantes

Foi aberto um inquérito para apurar o crime na delegacia do 1º Distrito e as investigações estavam sob o comando do sub-delegado Carlos Souza. Na época o delegado era o major Demócrito Satamini. De acordo com as testemunhas, vítima e suspeito tinham boa relação. “Não se cortavam, no jogo do osso eram ‘livrantes’ (quando um jogador empresta dinheiro ao outro)”, afirmaram. 

Porém, em seu testemunho, Jambeiro disse que estava sendo ameaçado por Nogueira. Enquanto os fatos eram apurados a cancha do osso foi fechada. Dario Moraes Jambeiro,  casado, morava na rua Voluntários da Pátria, 410. O cidadão era chofer do delegado Satamini, que, casualmente, tinha desarmado o encrenqueiro em duas outras ocasiões. Daquela vez, ele não chegou a tempo. 

 Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 50 anos

Professora da UFPel é cedida para o Ministério das Relações Exteriores

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil solicitou à Universidade Federal de Pelotas que Gilda Maciel Corrêa Meyer Russomano fosse colocada à disposição do Itamarati. A professora foi convidada para assessorar o órgão em questões jurídicas internacionais.

Na época, Gilda Russomano estava em Brasília. A advogada tinha sido diretora da Faculdade de Direito e professora titular da UFPel em Direito Internacional Público e Privado.

Pioneira

Gilda Maciel Corrêa Meyer Russomano foi autora  de um obra extensa, nas áreas de Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado, Consultora, Assessora e Representante do Brasil em organismos internacionais. Foi a primeira Mulher

brasileira a dirigir uma Faculdade de Direito Federal,de 1969 a 1973. Também foi a primeira gaúcha a ser assessora Especial da Delegação brasileira na Conferência da ONU, em 1968. Também foi pioneira ao presidir a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.

Filha de família de origem pelotense, nasceu no Rio de Janeiro, em 1923, mas veio com os pais ainda criança para Pelotas. 

 Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; blog Gilda Maciel Russomano

Há 100 anos

Clube carnavalesco Brilhante completa 14 anos

O aniversário de 14 anos do Clube Carnavalesco Brilhante foi celebrado com evento na sede da rua Marquês de Pomba. O evento também serviu para a escolha da nova diretoria.

O Brilhante, fundado em 12 de março de 1911, tem a sua origem ligada ao Carnaval. Apesar de dificuldades constantes com uma sede, o clube, que se organizava por força dos carros alegóricos e dos desfiles de carnaval, tinha em suas solenidades de coroação grandes noitadas culturais.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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