Mortalidade infantil e falta de dinheiro são os principais desafios da Saúde em Pelotas

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Mortalidade infantil e falta de dinheiro são os principais desafios da Saúde em Pelotas

Secretária Ângela Vitória participou de uma audiência pública da Câmara de Vereadores

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Atualizado quarta-feira,
12 de Março de 2025 às 10:35

Mortalidade infantil e falta de dinheiro são os principais desafios da Saúde em Pelotas
Ângela Vitória também falou sobre as dificuldades estruturais nos prédios da saúde. (Foto: Eduarda Damasceno)

A secretária de Saúde de Pelotas, Ângela Vitória, participou de uma audiência pública da Câmara de Vereadores em que ela apresentou um diagnóstico da área no município. A reunião foi proposta pelo vereador Júnior Fox (PL) e realizada pela Comissão de Saúde, presidida pelo vereador Rafael Amaral (PP).

Ângela começou sua apresentação destacando os números elevados de mortalidade infantil. Pelotas saltou de 11,34 mortes de crianças a cada mil nascidos vivos em 2023 para 14,92 em 2024. “Há muitos anos está muito ruim, num município em que a gente tem 51 UBSs, duas universidades com cursos de Medicina, de Enfermagem e de várias áreas da saúde. Não deveria estar assim, com essa rede básica tão ampla”, disse.

A secretária atribuiu os números negativos às baixas coberturas de atenção primária, como uma cobertura de 77,2% na Estratégia de Saúde da Família e de 35,76% de saúde bucal. Ela também aponta a falta de profissionais na saúde, com déficit de 99 agentes comunitários de saúde, 20 enfermeiros, 15 técnicos em enfermagem e 15 médicos.

Na apresentação, também foram detalhados os números das filas da saúde. No Pronto Socorro, há 60 pessoas aguardando leito. Também há 400 crianças aguardando atendimento para Transtorno do Espectro Autista (TEA), quatro mil pessoas na fila da urologia, 53,9 mil na fila de especialidades, 7,2 mil na fila de exames e 2,6 mil na fila das cirurgias eletivas.

A gestora apontou que a pasta tinha aluguéis atrasados desde setembro de 2024, incluindo no almoxarifado e na Farmácia Municipal, R$ 18 milhões em restos a pagar e compras sem registros de preço e com dispensas de licitação. Ela afirmou ainda que dos 74 prédios da pasta somente 16 possuem Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Segundo ela, o almoxarifado da pasta não possuía controle de estoque e 17 UBSs não tem geladeiras ou câmaras frias.

Entre os problemas considerados graves na gestão da saúde, a secretária citou o atraso nas prestações de contas do Pronto Socorro, que impediu a prorrogação de contratos, e a existência de cargos de confiança em cargos que deveriam ser de carreira.

Críticas e polêmica

A reunião da Comissão de Saúde também teve polêmicas. Com o plenário lotado de apoiadores do governo, vereadores de oposição foram vaiados. Os parlamentares reclamaram de terem tido pouco tempo para apresentar suas questões à secretária. Vereadores também criticaram a dificuldade de entrar em contato com representantes da secretaria em busca de informações. Ângela disse que irá aprimorar esse contato para atender os parlamentares.

O principal momento de atrito foi durante a fala da coordenadora de Saúde Mental da secretaria, Luciane Kantorski, que criticou a situação do atendimento em saúde mental nos últimos governos e disse que irá buscar a criação de um CAPS 3, para atendimentos de urgência e emergência.

Ela insinuou que o público da reunião foi desrespeitado pelos vereadores. O vereador César Brisolara, o Cesinha (PSB), questionou se houve alguma fala desrespeitosa e Luciane afirmou que a vereadora Fernanda Miranda (PSOL) foi a única interpelada por limite de tempo. O presidente da comissão negou e, em seguida, ela se retratou.

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