Baratear alimentos é urgente

Editorial

Baratear alimentos é urgente

Baratear alimentos é urgente
Está caro fazer compras no Brasil. (Foto: Divulgação)

O cenário nas prateleiras do supermercado supera qualquer argumento de marqueteiros ou apoiadores do governo federal: está caro fazer compras no Brasil. As estatísticas mostram, a memória do cidadão percebe e o empresário se queixa. Preços exorbitantes não fazem bem a nenhum setor da economia, já que a diminuição do poder de compra impacta diretamente em todo o resto do sistema. Dessa maneira, o governo tem por obrigação agir, mas de maneira prática e efetiva e não olhando apenas para o tabuleiro eleitoral de 2026.

O governo federal se orgulha, com razão, de muitas estatísticas positivas. Há um cenário positivo na geração de emprego, o PIB cresceu acima do esperado e o país vem fazendo investimentos significativos em setores chave. Porém, a própria base de Lula parece ter dificuldade de compreender a baixa popularidade do terceiro mandato. A prateleira do supermercado é uma obviedade. Com o salto em produtos tão básicos, como café, carne e ovo, ninguém fica feliz.

A ação da semana passada, de diminuir taxa de importação de produtos que nós somos exportadores, parece ser o tipo de medida tomada só para dizer que estão fazendo algo. Beira a obviedade de que não tem como funcionar na prática, ao menos não no nível que se precisa. Fomentar a produção interna é fundamental para isso, mas o mais urgente é conseguir alinhar com o mercado e o setor produtivo ações onde todos ganhem. O pedido quase inocente para os estados diminuírem o ICMS dos produtos é outra ação inócua.

O governo federal certamente tem setores técnicos qualificados para tomar medidas, talvez até amargas, para lidar com a alta do preço dos alimentos. O que não pode é que isso seja feito sempre com um olho nas urnas do ano que vem. Um ano e meio é, ao mesmo tempo, nada e uma eternidade quando se fala de política. Ações efetivas precisam ser feitas considerando o todo e não apenas a percepção própria do governo e de suas bases. E hoje é urgente: o Brasil precisa baratear o preço da comida, sem desequilibrar sua economia. É o maior desafio do Lula 3.

Acompanhe
nossas
redes sociais