A realidade goleia nossos times

Editorial

A realidade goleia nossos times

A realidade goleia nossos times
Dupla Bra-Pel venceu apenas três jogos no Gauchão. (Foto: Jô Folha)

O Pelotas está rebaixado para a Divisão de Acesso do Gauchão. O bate-volta na primeira divisão, com apenas uma vitória e uma série de desventuras cinematográficas para definir a queda, expõe um time frágil e que em momento algum, de fato, competiu. Pior do que cair, é cair com merecimento.

Já no Bento Freitas, a matemática ainda dá esperanças para escapar, mas a necessidade de vencer o Avenida por três gols de diferença, mesmo em casa, enfrenta resistência na própria lógica do desempenho do time até aqui. Duas vitórias em 12 jogos, ambas por vantagem mínima. Resta apenas acreditar na força da torcida para ver se embala um time que demonstrou baixíssimo desempenho e pouca aptidão a marcar gols.

O fato é que Brasil e Pelotas hoje não têm pernas para competir. O Xavante vem em uma queda constante e meteórica. Quase tão rápido quanto a subida do Acesso à B do brasileiro, pode ser o caminho inverso. Falta dinheiro, falta organização e falta força. O Pelotas, idem. Se tornou corriqueiro subir e descer.

Hoje Pelotas é uma cidade apaixonada por futebol, mas sem força para alcançar o nível de desempenho que os campeonatos exigem. Nossos clubes são frágeis economicamente diante dos adversários e só a paixão não é suficiente. Dentro do cenário em que o mercado publicitário rege a divisão de fatias, não temos competitividade para pegar os grandes bolos das cotas de TV, justamente por não alçar grandes voos. Sem dinheiro para se reorganizar, caímos em um ciclo eterno de sobe e desce e baixíssima competitividade. O milagre xavante da década passada dificilmente vai se repetir com qualquer um dos dois, por um simples fator: dinheiro.

Falta menos de uma semana para o fim do Gauchão e a não ser que aconteça o milagre da multiplicação dos gols na última rodada, os dois rebaixados serão pelotenses. É preciso reorganizar a casa e entender se o modelo associativo ainda faz sentido ou se é hora de acelerar para criar condições para ambos virarem SAF. Um remédio que para muitos é amargo, mas pode ser a única solução para voltarmos a competir.

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