O Dia Internacional da Mulher é celebrado neste sábado, uma data para reconhecer as conquistas femininas e refletir sobre os desafios do gênero. Nesse contexto, o empreendedorismo feminino desempenha um papel fundamental. Ele proporciona independência financeira, autonomia nas decisões e oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Além de gerar renda, empreender fortalece a autoestima, amplia redes de apoio e cria espaços para inovação e liderança das mulheres.
Embora seja um instrumento para a equidade de gênero, existem muitos desafios. Um deles é a ausência de redes de apoio e políticas públicas que incentivem as mulheres a empreender. Diante disso, a Associação Comercial de Pelotas (ACP), através da Diretoria de Mulheres Empreendedoras, promove workshops de qualificação ao longo do ano e, em novembro, realiza o Congresso de Mulheres Empreendedoras, com atividades voltadas ao desenvolvimento pessoal e profissional.
Na última edição, o Congresso reuniu 380 mulheres no auditório do Sicredi e contou com 60 expositores na Feira de Negócios, consolidando-se como um movimento de força, inspiração e ação. A diretora de Mulheres Empreendedoras da ACP, Theia Bender, destaca como a associação acredita na força da colaboração e no incentivo às mulheres que empreendem ou desejam empreender.
Perfil do empreendedorismo feminino
O perfil das mulheres empreendedoras mudou nos últimos anos, aponta Theia, devido a fatores sociais, econômicos e tecnológicos. A qualificação das mulheres, com níveis de escolaridade mais altos, proporciona uma base na gerência de negócios. Algumas mulheres empreendem por necessidade, enquanto outras o fazem por oportunidade e desenvolvem soluções inovadoras.
Cenário impulsionado pelos sonhos
A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na facilitação do acesso à informação, na criação de negócios digitais e na comunicação com clientes e parceiros. Outro fator que impulsiona o empreendedorismo feminino é a busca por maior flexibilidade de horário, permitindo a conciliação entre vida pessoal e profissional. Além disso, a autonomia financeira também se destaca como um dos principais motivadores, juntamente com o desejo de realizar sonhos e projetos pessoais.
O sonho de dar uma vida melhor para a mãe foi o que moveu a confeiteira Natalia Sedrez. Com 15 anos ela realizou seu primeiro curso de manicure e começou a trabalhar na área. O tempo passou e o interesse por uma vida mais saudável cresceu. Por isso, aos 23 anos, iniciou no ramo da confeitaria saudável vendendo bolos caseiros feitos na cozinha de casa. Hoje com 30 anos, a empreendedora é dona da Moringa confeitaria fit e já desenvolveu mais de 300 produtos com receitas autorais em sua maioria sem glúten, lactose e açúcar. Atualmente ela emprega apenas mulheres e procura no lugar de liderança desenvolvê-las para além do trabalho. “Eu criei esse negócio com vontade de ajudar a minha mãe, ver ela conquistar coisas através do meu trabalho e esse sentimento é o mesmo que eu trago pra todas elas”.
No futuro a empreendedora pretende desenvolver ainda mais mulheres no ramo. Os próximos passos envolvem a produção de um curso de confeitaria saudável para que mais mulheres que tenham interesse nessa área também possam buscar autonomia financeira.
Pluralidade de segmentos
Em Pelotas, atualmente, segundo a representante da ACP, as mulheres estão ingressando em setores diversos, como tecnologia, engenharia, finanças e ciências. Antes, o empreendedorismo feminino estava mais concentrado em áreas como moda, beleza e alimentação.
Pesquisa do Sebrae
No início deste ano, o Sebrae/RS fez uma pesquisa de mercado sobre o empreendedorismo feminino, e ouviu 449 empreendedoras. Conforme o relatório, a maioria das participantes são mulheres brancas, entre 40 e 49 anos, com nível superior completo ou pós-graduação, e que, em grande parte, sustentam suas famílias. Nos setores de atuação, há uma predominância nos serviços e no comércio, com destaque para moda, alimentos e bebidas, saúde e bem-estar, e educação.