“A mulher deve ser ela mesma, lutar sem perder as suas características”

Abre aspas

“A mulher deve ser ela mesma, lutar sem perder as suas características”

Elisa Hallal é diretora médica assistencial do Hospital Beneficência Portuguesa de Pelotas

Por

“A mulher deve ser ela mesma, lutar sem perder as suas características”
Elisa Hallal possui especialização em dermatologia. (Foto: Divulgação)

A presença feminina em cargos de liderança ainda enfrenta desafios significativos, mas também representa uma conquista essencial para a construção de um mercado de trabalho mais igualitário. Elisa Hallal é médica pós-graduada em dermatologia e diretora médica assistencial do Hospital Beneficência Portuguesa de Pelotas e é um dos exemplos de superação feminina.

Qual a sua ocupação atual e qual a sua trajetória profissional?

Sou médica. Esse ano faço 20 anos de formada. Sou pós-graduada em dermatologia e trabalho com dermatologia clínica e estética. Além disso, exerço a atividade de coordenação e auditoria do pronto atendimento do Saúde Maior e sou diretora médica assistencial da Beneficência Portuguesa de Pelotas.

Ao longo do caminho, você teve desafios pelo fato de ser uma mulher?

A gente sabe que ainda hoje no Brasil a maioria dos cargos de direção e de chefia são ocupados ainda por homens, mas eu tive o privilégio e a sorte de ter homens que em momento nenhum tiveram problema pelo fato de eu ser uma mulher. Quando eu comecei a coordenação do Saúde Maior, por exemplo, eu tinha 25 anos e fui convidada para ser coordenadora de um serviço e cheguei a coordenar pessoas que tinham sido meus professores e pessoas que tinham idade para ser minha mãe e meu pai.

Mesmo sabendo dos desafios da mulher no mercado de trabalho me considero uma privilegiada porque eu acho que eu tive homens com sabedoria de entender que a mulher e o homem têm as mesmas possibilidades.

De que forma a diversidade de gênero em posições de liderança pode influenciar na qualidade dos serviços oferecidos à população?

Eu acho que a mulher, por vezes, é muito mais maternal, muito mais afetiva, muito mais tranquila para resolver algumas situações de conflito. Então eu acho que o equilíbrio do feminino e do masculino, principalmente em situações de liderança e de gestão, é muito interessante. […] Eu acho que isso é um ponto muito positivo dessa junção. Na verdade, as pessoas não deverão ser escolhidas pelo seu gênero, as pessoas deveriam ser escolhidas pela sua capacidade de qualificações, obviamente.

Que mensagem você gostaria de deixar para as mulheres que enfrentam desafios em suas carreiras e buscam alcançar posições de destaque?

A mensagem que eu deixaria para toda mulher que quer crescer, que quer encontrar o seu lugar de destaque é que a mulher deve ser ela mesma, lutar para alcançar seus objetivos sem perder as suas características, porque eu acho que a gente tem que olhar mais para dentro, a gente tem que se entender mais, a gente tem que olhar para o outro, ter empatia, ouvir dos outros. Ninguém vai ser um bom líder se não ouvir quem está lá na linha de frente. Discutir, ouvir, ponderar e usar as características femininas a seu favor. A maternidade, a humildade, o carinho, o cuidado, de deixar as pessoas que estão sob a tua liderança se sentindo à vontade para conversar contigo, sem medo, com respeito e com acolhimento, eu acho que é o que torna um líder muito maior.

Acompanhe
nossas
redes sociais