Venda de aparelhos de ventilação cresce 30%

Calor extremo

Venda de aparelhos de ventilação cresce 30%

Em algumas lojas de Pelotas, estoque de equipamentos de ar-condicionado está esgotado

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Venda de aparelhos de ventilação cresce 30%
População segue buscando maneiras de amenizar a onda de calor. (Foto: Jô Folha)

Se a percepção é de que havia um sol para cada habitante nesta quinta-feira e quem sabe a última onda de calor no Estado, a tendência é que ventiladores e aparelhos de ar-condicionado possam refrescar pelo menos quatro de cada vez, dependendo do ambiente e da situação financeira. No comércio de Pelotas, a venda do aparelho de refrigeração cresceu em torno de 30%. O estoque já acabou em algumas lojas. Em outras, restam peças de modelos mais potentes. Mas não basta apenas comprar. Para os aparelhos que exigem instalação, o serviço pode demorar mais de uma semana.

No dia em que a temperatura máxima em Pelotas atingiu 35,8ºC às 13h, a aposentada Eulinda Castro Martins, 72, procurava um ventilador mais potente. Ela diz que não tem condições financeiras para ter um ar-condicionado e o seu ventilador está fraco. No calçadão da rua Andrade Neves, a idosa buscava algo que coubesse no orçamento, mas ainda não foi possível adquirir um aparelho que aliviasse as altas temperaturas. “Esse calor é ruim. Está demais, sufocante. Tem horas que eu penso que vou desmaiar de tanto calor”, descreve. “Eu já tenho ventilador. Mas queria um melhor”.

Na loja onde ela pesquisava, o preço varia entre R$ 190 e R$ 270 na promoção. Já o ar-condicionado está em falta. Como diz a vendedora de loja, Karen Marticia de Moura Severo, 54, o estoque está no negativo. “Nem na fábrica temos. O estoque terminou na primeira semana de fevereiro. Temos a expectativa de chegar mais, mas não será de marcas variadas”, projeta ela ao revelar que tem lista de espera de clientes. “Eles pedem para avisar quando chegar mais ar-condicionado”, conta. Restando só os ventiladores, Karen afirma que a busca é pelos mais potentes.

Em outra rede de eletroeletrônicos, o gerente Fernando de Souza Corrêa, 45, diz que as vendas aumentaram em torno de 30% em relação ao ano passado. “Embora o preço tenha subido – a linha branca foi em torno de 12% -, o pessoal procura muito”, relata. O gerente explica que como são produtos sazonais, nessa época do ano já começam a sumir das vitrines. “Bem no período que começou a onda de calor”, observa.

Quem procurou ventiladores na loja não encontrou mais e terá que esperar pela nova remessa. “O que tinha, a gente já vendeu tudo”, garante Corrêa. Entre os modelos de ar-condicionado há os quentes/frios e só frio, que garante uma diferença de quase R$ 800 no valor final. Entre as potências, de nove e 12 mil BTUs. O consumir vai precisar gastar entre R$ 2,3 mil e R$ 4 mil, podendo parcelar em até dez vezes. Uma alternativa é o climatizador de ar, que custa um pouco mais que o ventilador, em torno de R$ 500, e tem boa procura no mercado local.

Instalação

Um exemplo de que a movimentação dos instaladores de aparelhos de ar-condicionado dobrou ou triplicou é a tentativa de entrevistá-los. A reportagem procurou pelo menos dez prestadores de serviço. Um disse que não poderia falar pois estava em um telhado. O outro, em uma janela. O restante não retornou as chamadas de WhatsApp e nem as ligações.

No final do expediente deles, Léo Júnior, da Refrigeração Gaúcha, conseguiu um espaço para dizer que a demanda começou na primeira semana de fevereiro, mesmo período que as vendas passaram a crescer. Ele instala em média cinco aparelhos por dia e para conseguir um horário na agenda, só a partir de quarta-feira (12). Até lá, a previsão é de que o calorão dê uma trégua.

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