Exposição retrata o bioma Pampa e incentiva debate

Biologia

Exposição retrata o bioma Pampa e incentiva debate

A mostra de obras Ilustre Pampa fica em cartaz no Museu Carlos Ritter até 17 de abril

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Exposição retrata o bioma Pampa e incentiva debate
Mostra fica exposta no museu, no Casarão 1 da praça Coronel Pedro Osório. (Foto: João Pedro Goulart)

O Museu Carlos Ritter recebe em um de seus espaços a exposição Ilustre Pampa. Os desenhos da mostra remetem à biodiversidade do bioma Pampa e são frutos de um concurso promovido pelo Núcleo de Ilustração Científica (NIC) do Instituto de Biologia da UFPel. O objetivo é fomentar o conhecimento sobre a natureza plural presente na região através da sua documentação, além de incentivar o debate sobre a conservação dos recursos naturais.

O NIC é vinculado ao projeto Pampa Singular, que é desenvolvido como uma iniciativa colaborativa e multidisciplinar, e coordenado pelo professor e biólogo João Iganci. No ano passado, para contemplar um edital com ações do projeto, foram convidados ilustradores de todo o Estado para compor a exposição. Além da ação, também foram realizadas viagens ao interior do RS com oficinas de desenho biológico e um curso de formação para os alunos do núcleo.

Segundo o professor, a revelação da arte do pampa no museu é uma tentativa de aproximar a comunidade dos assuntos científicos. Ela assume: a ciência, de maneira geral, não tem uma linguagem acessível. O especialista define os termos científicos como herméticos, quer dizer, difíceis de entender. Dessa forma, a iconografia serve para retratar os processos mais complexos e facilitar a compreensão da natureza pela comunidade de massa.

Entre as obras apresentadas, há espécies da fauna, da flora, dos fungos ou outros processos naturais. Outro fator importante é que algumas das ilustrações remetem a seres vivos ameaçados de extinção. Isso fica ainda mais evidente no Pampa, um dos biomas mais vulneráveis do Brasil quanto à preservação de espécies em risco.

Com tantas vertentes de significado, Iganci percebeu a importância do trabalho na percepção dos visitantes e também na experiência dos artistas que participaram da construção das obras. Ele exemplifica: uma das ilustradoras nunca havia visto uma ema, ave de grande porte presente no Pampa com risco de ser extinta. Ela observou o comportamento do animal através de vídeos, para entender a estruturação do desenho.

Um dos ilustradores e pesquisadores do Pampa Singular, João Augusto Silva, 28 anos, conta com dois trabalhos na mostra: a aquarela da espécie botânica Erythrina crista-galli e o pontilhismo do fungo Aseroe rubra. Para ele, as diferentes abordagens do projeto abrem portas para pessoas e campos de pesquisa diversos. Com isso, a exposição emerge com a proposta de conectar o público geral com a biodiversidade nativa do bioma.

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