Há poucos dias à frente da Secretaria da Defesa Civil, o titular Milton Martins relata que a pasta está em processo de estruturação. Pontos como sede, orçamento e logística de trabalho ainda estão sendo definidos. Conforme Martins, o foco da secretaria será a prevenção e elaboração de um plano de contingência para desastres ambientais no município. O secretário também aposta na articulação com outros entes federativos para pôr em prática a ampliação de estruturas de contenção de cheias.
Como está a formação da Secretaria de Defesa Civil?
Já estavam surgindo focos para a atuação da Defesa Civil enquanto a gente ainda não tinha as condições objetivas para funcionar e ainda não temos. O primeiro objetivo é nos organizar, ter uma sede, número de contato, estrutura e os recursos técnicos e administrativos. E ver quais outros recursos a gente precisa para poder, se acontecer qualquer situação, ter as condições para socorrer.
Primeiro, queremos também fazer a organização da prevenção. Olhar para a cidade, para as zonas de risco, organizar os núcleos de Defesa Civil, fazer os treinamentos preventivos e poder trabalhar um plano de contingência. Porque nós temos um plano de resiliência, mas o que o município tem de preparo para enfrentar situações adversas? Nós temos que evoluir para um plano de contingência.
Como isso vai ser feito?
Primeiro, tem que ter um orçamento. O prefeito me nomeou, agora nós vamos ver os recursos técnicos para a secretaria e que orçamento vamos ter. E também toda uma pauta de articulação. Depois de tudo que passou, o prefeito Marroni entendeu como necessário organizar a nossa secretaria com capacidade de uma força articuladora com a Defesa Civil regional para trabalhar por Pelotas, mas também para socorrer os municípios vizinhos se assim precisar.
A secretaria pode ser um meio mais efetivo para pleitear recursos?
Temos que articular primeiro com os nossos aqui, as universidades, Embrapa, Emater, porque precisamos de dados para laudos para fazer um decreto. Estando em linha direta com a Defesa Civil nacional tem que ser não só para o pós dos acontecimentos, mas também o preventivo.
Como prevenção, nós temos muitas coisas para fazer. Tem todas as zonas de proteção da cidade, que o prefeito já esteve em Brasília e está com os projetos bem avançados, para as casas de bombas, canais. O funcionamento da drenagem urbana porque, quando tem um pico de chuva, tem problemas de alagamentos na cidade.
Como o trabalho vai ser realizado?
A gente vai trabalhar articulados com as secretarias dos municípios, com as defesas civis nacional e estadual para ver como resolver os problemas, que muitas vezes não começa aqui. As inundações, por exemplo, começam lá em Porto Alegre ou na Serra, mas vai passar por aqui, então a gente tem que estar articulado com os municípios para um trabalho de prevenir e sobre as obras que temos que fazer para proteger a população de eventos climáticos.
Quais são os projetos de obras em andamento?
Temos projetos em andamento da orla, para a estrada da Z-3, do Pontal [da Barra] e as obras para estruturar a zona de proteção do Laranjal. Com os projetos e fazendo a reestruturação que precisa fazer, nós temos que saber em que cota ficaram os projetos, nós temos que aumentar as cotas das zonas baixas.
Logo que a secretaria estiver mais estruturada, nós vamos estar dando notícias sobre essas zonas de maior risco, que em grande medida estão ocupadas por populações que ali se estabeleceram. Temos que trabalhar com mitigação onde o problema já está colocado, restringir onde ainda não está ocupado e impedir a ocupação em áreas de risco. Vamos trabalhar bem tanto ações de prevenção quanto obras para dar mais tranquilidade para a população.
Todo o nosso sistema de proteção é da década de 70, então esse sistema que segura 100 milímetros de chuva em 24 horas está completamente ultrapassado. Vamos avaliar e depois com o diagnóstico se podemos ter um novo projeto com um sistema de proteção que se atualize com a situação da cidade.
Essas intervenções dependem de recursos de outros entes, como acelerar esses processos?
O prefeito Marroni tem relações elevadas com o governo estadual e federal e eu aposto muito, assim como a maioria dos pelotenses apostaram, nessas relações para buscarmos os recursos necessários para executar os projetos prioritários.
A Defesa Civil não é só para água, tem os prejuízos da seca e isso tudo tem que ser laudado para buscar recursos para ajudar os nossos pequenos agricultores.