Com mais de 20 mil visitantes, a 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas foi celebrada pela comissão organizadora. O evento além de atrair um grande número de público, também foi responsável pela disseminação de conteúdo técnico através de palestras e das 50 áreas experimentais de lavouras demonstrativas, com uso de inovações em nutrição de plantas, irrigação, sementes e agroquímicos. O evento já tem data confirmada para 2026: será de 24 a 26 de fevereiro.
Um dos destaques da programação do evento foi a realização de reunião da Câmara Setorial do Arroz. Entre os assuntos em pauta, o custo do setor arrozeiro e, especialmente, o preço estabelecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o preço da saca. “A única reunião descentralizada da Câmara ocorre na Abertura da Colheita, por isso a importância de reunir na região players tão importantes”, comenta o diretor técnico da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), André Matos.
A programação com viés técnico gerou mais de cem horas de conteúdo a partir de diversas atividades que ocorreram em paralelo ao evento. As 50 áreas experimentais apresentaram os últimos lançamentos de cultivares e produtos agroquímicos e biológicos, por exemplo. “São várias as tecnologias que o produtor precisa entender como fazê-las e conviver com elas dentro da sua propriedade de maneira sustentável, harmônica”, explica.
Conforme Matos, três mereceram atenção especial: o sistema Clearfield, que confere tolerância a herbicidas, permitindo o cultivo em áreas infestadas por plantas daninhas; o Maxace, tecnologia de sementes que ajuda a controlar o arroz vermelho e o capim arroz, sem prejudicar a cultura; e o Full Page, sementes com tolerância a herbicidas do grupo químico das Imidazolinonas.
Indústria
Considerada uma área em que Pelotas é considerada vanguarda, a área da indústria destinada ao arroz esteve representada no evento. De acordo com Matos, existem no município várias empresas que exportam para o mundo inteiro. “Temos o caso da Garten, empresa de alta tecnologia que exporta para vários países do mundo, um orgulho para Pelotas, assim como outras empresas do RS”, comenta.
Com a inclusão dessas expositoras, o evento passou a contemplar toda a cadeia produtiva do arroz, com representantes que vão desde a produção nas lavouras até a entrega ao consumidor final.
Safra deve ter crescimento
De acordo com o coordenador Regional Zona Sul do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), engenheiro agrônomo Igor Kohls, a safra deve ter crescimento na produção, visto o aumento de quase 9% de área comparada com a safra de 2024. “Então mesmo que por algum motivo possa reduzir a produtividade esse aumento de área vai provavelmente gerar um maior volume de arroz produzido aqui na metade sul”, explica.
Na última semana, produtores da região de Pelotas começaram a colher plantas precoces, mas ainda sem estimativa de produtividade. Conforme o engenheiro agrônomo, após o carnaval a colheita deve começar nas lavouras do ciclo. Na região, as plantações estão cerca de 60% na fase de maturação e 40% no reprodutivo.