A região Sul abriu 407 vagas formais de trabalho em janeiro, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O índice, que compara o número de contratações e demissões, teve Rio Grande como principal saldo positivo, com 330 novos empregos.
Para o economista Eduardo Tillmann, o saldo rio-grandino, o oitavo maior do Estado, foi a grande surpresa positiva do mês. “O que chama a atenção é a questão de Rio Grande, onde o saldo positivo de 330 é um saldo bastante significativo. Para a época é uma coisa diferente. E esse saldo é puxado principalmente pelo setor de serviços e da construção, sendo os carros-chefe”, explica.
Apesar da leve queda em setores como agropecuária e indústria, os indicadores de comércio, serviços e construção civil foram os grandes responsáveis pelo saldo positivo. O último aumentou seu estoque em quase 10%, contratando 139 novos profissionais.
Pelotas segue tendência histórica
Com apenas 13 novos empregos formais criados, Tillmann avalia que Pelotas teve um mês dentro do esperado. Para ele, o município ainda segue a tendência sazonal das demissões que iniciaram em dezembro.
“A grande justificativa para esse resultado é o fim da sazonalidade do pêssego. Quem foi contratado de maneira temporária para trabalhar com os enlatados acaba sendo desligado”, explica o economista sobre o último bimestre.
Além do término da safra do pêssego, responsável por diversas contratações entre setembro e novembro, o comércio também apresentou uma variação negativa de 141 empregos formais. Em contrapartida, o setor de serviços, responsável pelo maior estoque do município, criou 103 novos postos de trabalho.
Saldo da região
Na região, o segundo maior índice foi de Santa Vitória do Palmar, com 59 empregos formais criados. Ao todo, 12 municípios da Metade Sul tiveram saldo positivo, enquanto oito tiveram mais demissões que contratações. Além deles, Santana da Boa Vista encerrou o mês com equilíbrio nos índices.
Assim como no acumulado de 2024, o pior desempenho da região é de São José do Norte, que apresentou uma redução de 51 postos de trabalho, sendo o setor industrial o principal responsável pela variação negativa, com 75 demissões contra apenas 25 admissões.
Tillmann avalia que os resultados estão dentro da normalidade. “Janeiro ainda é um mês que tipicamente os saldos tendem a ser menores, porque ainda pega um pouco o efeito ainda de dezembro, que tem bastante demissão. Então é um mês que tradicionalmente tende a ser entre o zero a zero e o negativo”, explica.
Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul foi o segundo estado com mais empregos formais criados em janeiro. Ao todo, foram 27.732 novos postos de trabalho, atrás apenas de São Paulo, com 36.125. Os dados indicam um crescimento de 30,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando o RS apresentou 20.488 novas contratações.
Brasil
Impulsionado pela indústria, com 70 mil postos criados, o Brasil encerrou o mês de janeiro com 137,3 mil novas vagas formais de trabalho. O saldo é resultado de 2,27 milhões de contratações e 2,13 milhões de demissões.