Em assembleia geral realizada na noite de terça-feira (25) o corpo clínico da Santa Casa do Rio Grande decidiu, por maioria, rescindir o contrato. A notificação foi feita na manhã desta quarta à Provedoria da casa de saúde que terá 30 dias para tentar reverter o quadro. Diante dos atrasos e nenhuma perspectiva de pagamento dos valores em aberto, os médicos optaram em não postergar mais a situação. São cerca de cem profissionais que deverão comunicar a decisão ao departamento jurídico do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
A rescisão será concluída dentro de um mês. Nesse prazo, a administração terá de pagar 50% do valor devido em 15 dias e os saldos dos valores em 30 dias, após a notificação oficial da Santa Casa. De acordo com o Simers, a decisão não é compulsória e cada profissional deverá comunicar o fim do contrato ao Departamento Jurídico do Sindicato, que encaminhará a notificação à Provedoria. Isso porque a decisão foi do colegiado, mas a opção de deixar ou não o corpo clínico da casa de saúde é individual.
Caso a Santa Casa consiga quitar as dívidas – que somam mais de R$ 7 milhões – até o prazo estipulado, os médicos poderão rever a medida adotada, após assembleia geral. O hospital é referência em traumatologia para cerca de 15 cidades da Zona Sul do Estado, sendo que há quase 50 dias, as cirurgias eletivas estão comprometidas, pelo sistema adotado pelos médicos, que atendem casos de urgência e emergência e de pacientes oncológicos. Um empréstimo junto ao Porto RS de R$ 14 milhões está em andamento, o que poderia saldar o atraso desde outubro dos salários dos médicos.
