Ecosul fará análise para entender desmoronamentos
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Quarta-Feira26 de Fevereiro de 2025

Recuperação

Ecosul fará análise para entender desmoronamentos

Trecho no quilômetro 521 da BR-116 sofreu duas quedas de materiais em sete meses

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Atualizado quarta-feira,
26 de Fevereiro de 2025 às 16:28

Ecosul fará análise para entender desmoronamentos
Caso aconteceu no mesmo viaduto, mas em um ponto diferente. (Foto: Jô Folha)

Sete meses após o primeiro incidente, o viaduto no quilômetro 521 da BR-116, próximo à avenida 25 de Julho, voltou a registrar a queda de material na última segunda-feira (24), no sentido interior-capital. Segundo a Ecosul, a equipe técnica de São Paulo chegou a Pelotas e avalia as causas para elaborar o projeto de recuperação. O professor da Furg, Diego Fagundes, especialista em obras de terra e fundações, sugere que o atrito entre o muro de solo e o paramento (blocos de concreto) pode ser a causa, mas afirma que nada pode ser confirmado sem uma análise detalhada.

Questionada sobre a repetição do evento no mesmo local em tão pouco tempo – em agosto de 2024, houve fuga de material no viaduto -, a Ecosul considera um lugar diferente. A empresa, através de assessoria de comunicação, argumenta que o evento do ano passado foi em outro ponto da pista, no sentido capital-interior. Por isso, a concessionária não comenta sobre a reincidência do desmoronamento.

Sobre o caso mais recente, o professor Fagundes aponta que apesar do paramento ter rompido, o muro de solo permaneceu íntegro, o que indica a ruptura como resultado de uma falha na conexão entre o reforço e os blocos. Como o material é rígido e não possui juntas entre os blocos, qualquer pequena deformação pode causar fissuras. Essas fissuras podem comprometer a fixação dos reforços e levar ao colapso da face do muro.

Estabilidade da Estrutura

Para saber se o viaduto está estável após o incidente, o professor assegura que deve-se levar em conta as características de resistência e deformação do solo e do reforço instalado no maciço. No mais, as cargas oriundas do peso próprio do muro e dos veículos que irão trafegar na via e fatores ligados a percolação de água dentro do solo.

Monitoramento

Para evitar novos casos, Fagundes acrescenta que existem instrumentos e técnicas que podem ser aplicados para o monitoramento de estruturas desse porte, como placas de recalques, inclinômetros, pinos de recalques, entre outros. Porém, na opinião do professor, a falta de monitoramento de estruturas, por conta dos altos custos, implica em riscos a vidas humanas e prejuízos socioeconômicos largamente mais onerosos.

Medidas da Ecosul

De acordo com a concessionária, a pista sentido interior-capital foi bloqueada e o tráfego foi desviado para a via marginal. Não há previsão de bloqueio total do trecho. No momento, a Ecosul aguarda a análise da equipe técnica para entender as causas e as providências de segurança a serem adotadas. Em tempo, a previsão dependerá da solução que virá dos especialistas após a avaliação.

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