Entidades pedem medidas para combater furto de fios
Edição 18 de fevereiro de 2025 Edição impressa

Quarta-Feira26 de Fevereiro de 2025

Criminalidade

Entidades pedem medidas para combater furto de fios

Com o preço do quilo em quase R$ 50,00, material virou alvo de bandidos que causam prejuízos materiais a comerciantes e empresários

Por

Entidades pedem medidas para combater furto de fios
Na rede de padarias Pane Mio, bandidos já levaram fios de cobre em três oportunidades.(Foto: Reprodução)

O furto de fios volta a dar prejuízos a comerciantes e empresários em Pelotas. Entidades de classe como Associação Comercial de Pelotas (ACP) e Centro das Indústrias (Cipel) estiveram reunidos com a Delegacia Regional de Polícia Civil em busca de coibir esse tipo de crime. Com o quilo do cobre (material usado como condutor elétrico) na base de R$ 50,00, o metal virou alvo fácil para os bandidos, que podem trocar por drogas ou repassar para organizações.

O presidente da Aliança Pelotas, Jorge Almeida, explica que o convite ao delegado titular da Regional, Márcio Steffens, foi para tentar buscar alternativas de combate a esse tipo de crime. Só a empresa dele, a rede de padarias Pane Mio, foi alvo três vezes dos bandidos. “Foram dois na rua General Osório e uma na avenida Dom Joaquim. É prejuízo e vandalismo que as forças de segurança devem dar uma resposta aos cidadãos pagadores de impostos”, desabafa o empresário. Segundo Almeida, o furto de cabos elétricos tem ocorrido em todos os bairros da cidade, como no Centro Comercial do Fragata e outras localidades. “Isso impossibilita, muitas vezes, o funcionamento das empresas.” Ele registrou as ocorrências e espera por medidas.

O delegado Steffens explica que na maioria das ocorrências é levada uma pequena quantidade de fios, mas que geram o prejuízo para os estabelecimentos comerciais e até industriais. Os autores, na maioria das vezes, são pessoas em situação de rua ou dependentes químicos que trocam o material em ferro velho ou para receptador para conseguir dinheiro para comprar drogas. “Nós fizemos ações em ferros-velhos, que são na verdade rotineiras, além da prisão em flagrante tanto de autores como receptadores”, garante. A constatação do retorno e aumento desse tipo de furto fez a polícia colocar esse trabalho investigativo como prioridade. “É algo cíclico”.

Investigação

O titular da delegacia de Capão do Leão, Sandro Bandeira, diz que as investigações sobre os crimes nas indústrias, principalmente de arroz, estão bem avançadas. Para a autoridade, parece haver duas motivações para o crime. “Tem o craqueiro que puxa os fios dos postes, ou da casa que está abandonada, para vender. Isso porque o cobre está valendo muito. Então, eles tiram a capa ou queimam para vender à recicladoras”, relata. O interesse desses intermediários é a aquisição por um preço inferior e a venda para pessoas de outras regiões do Estado, como Porto Alegre.

Houve arrombamentos, como alguns registrados no Capão do Leão, que segundo o delegado, foram a empresas inoperantes ou semi-inoperantes, como a Companhia Estadual de Silos e Armazéns e a Cosulati, onde o plano foi levar cabos. No entanto, empresas em plena atividade e exportam arroz para todo Brasil e exterior também foram alvo dos bandidos. “Essas têm bastante peso, pois são cabos de cobre que alimentam as máquinas, e são responsáveis por toda a operação da empresa”, comenta Bandeira. O material vai todo para um caminhão que vem de outra região e serve para receptação. A polícia já tem uma linha de investigação, mas prefere não adiantar.

Opção

O delegado conta que soube, em uma conversa informal, que a CEEE Equatorial planeja substituir o cobre por alumínio a fim de evitar esse tipo de furto que ocorre também em trechos das redes de transmissão e deixam a população desabastecida. Questionada, a empresa disse que há estudos, mas não há nada concreto.

Acompanhe
nossas
redes sociais