O que a região Sul pedirá ao presidente Lula?
Edição 18 de fevereiro de 2025 Edição impressa

Segunda-Feira24 de Fevereiro de 2025

Seis demandas

O que a região Sul pedirá ao presidente Lula?

Demandas elaboradas por lideranças da região serão entregues pelo prefeito Fernando Marroni (PT) durante visita na segunda-feira (24)

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Atualizado domingo,
23 de Fevereiro de 2025 às 11:46

O que a região Sul pedirá ao presidente Lula?
Presidente chega à região na manhã de segunda-feira e trará cinco ministros em sua comitiva (Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil)

Com agenda confirmada em Rio Grande na segunda-feira (24) para acompanhar a assinatura do contrato de retomada da indústria naval, o presidente Lula (PT) já está recebendo diversos pedidos da região. Em carta, as alianças Pelotas e Rio Grande elencaram as principais demandas da metade Sul.

“A retomada do Polo Naval de Rio Grande representa um marco fundamental para a geração de empregos e o fortalecimento da economia regional. No entanto, para que esse avanço se concretize plenamente e de maneira sustentável, torna-se imprescindível a atenção do governo federal a quatro temas estratégicos que viabilizam a infraestrutura e a competitividade da região”, cita o documento.

Entre os temas estão gargalos históricos da Zona Sul, como as pontes entre Rio Grande e São José do Norte e no Canal São Gonçalo, a duplicação do lote 4 da BR-392 e o projeto da Usina Termelétrica Rio Grande.

Entrega

Conforme o coordenador do movimento Aliança Rio Grande e vice-presidente de Infraestrutura da Federasul, Antônio Carlos Bacchieri, a carta foi entregue ao prefeito Fernando Marroni (PT), que terá a missão de encaminhar as demandas para o presidente.

Bacchieri argumenta que a ideia era enviar o documento com antecedência para que o presidente tivesse, ainda na segunda-feira, respostas às demandas apresentadas. Apesar disso, Marroni optou por entregar a carta em mãos.

Ligação a seco com São José do Norte

Considerada uma das principais demandas para o desenvolvimento da economia gaúcha, a construção de uma ponte entre Rio Grande e São José do Norte avançou consideravelmente nos últimos anos.

Apesar disso, as lideranças pressionam para que o governo federal garanta recursos para a realização da obra, que tem o potencial de ampliar a capacidade portuária gaúcha.

Fase de estudos está concluída e Dnit lançará licitação para ponte RG-SJN (Foto: Jô Folha)

“Se fizer essa ligação a seco, o Porto de Rio Grande consegue duplicar o seu tamanho sem precisar de nenhum investimento, porque tem tudo pronto em São José do Norte com um espaço para pelo menos 30 berços”, argumenta Bacchieri.

Com a fase de estudos concluída, o Dnit agora parte para o lançamento da licitação para o projeto executivo, que deverá ser concluído em 2027. Depois, o órgão abrirá o processo para a construção da ponte, que tem custo estimado de R$ 1 bilhão.

Lote 4 da BR-392

Apesar do grande potencial logístico, o Porto de Rio Grande, o quinto maior do país, ainda possui um grande gargalo histórico: o lote 4 da BR-392. Principal acesso ao complexo rio-grandino, a rodovia conta com os nove primeiros quilômetros de pista simples, contribuindo para congestionamento de veículos, sobretudo caminhões.

Em 2013, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) elaborou um projeto executivo considerado ideal para o trecho, porém, com um custo operacional de mais de R$ 1 bilhão, algo considerado fora da realidade para a realização.

“A finalização das obras do lote 4, que se arrastam há anos, trará ganhos significativos em competitividade e segurança viária”, cita o documento.

Termelétrica

Sem a necessidade de qualquer investimento federal, lideranças pedem apoio político ao presidente para destravar um dos maiores investimentos privados da história do RS – R$ 6 bilhões.

Termelétrica teria investimento de R$ 6 bilhões

A Usina Termelétrica Rio Grande vive um impasse desde 2019, após o Grupo Bolognesi perder a concessão do empreendimento. O Grupo Cobra tem interesse em construir a UTE, mas, para isso, precisa da autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que não aconteceu até o momento.

O tema pode ter avanços com a criação de uma câmara temática de negociação no Tribunal de Contas da União (TCU), ainda este ano.

Ponte do Canal São Gonçalo

A restauração da antiga ponte Alberto Pasqualini, sobre o Canal São Gonçalo, também está na pauta das lideranças, que afirmam que “quem tem uma pode não ter nenhuma”.

Lideranças cobram que segunda ponte do São Gonçalo seja retomada (Foto: Jô Folha)

Conforme o documento elaborado, “a atual ponte encontra-se em estado crítico, necessitando de urgentes reparos e modernizações para garantir segurança e eficiência logística”. Atualmente, o projeto de restauração da antiga estrutura está no Dnit.

Candiota 3

Apesar de estar de fora das demandas citadas no documento elaborado, a retomada da Usina Candiota 3 também será abordada com o presidente. Responsável por mais de cinco mil empregos na região, a termelétrica a carvão está desativada desde 1º de janeiro.

Candiota 3 está fechada desde 1º de janeiro e depende de MP para operar

Lideranças pedem a criação de uma Medida Provisória com um novo prazo para transição energética, o que garante um novo contrato da termelétrica até 2043. Conforme o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (MDB), novidades sobre o tema devem ser apresentadas durante a agenda presidencial.

Pedágios da região

O andamento do cronograma da nova licitação do Polo Rodoviário Pelotas e a possível criação de novas praças de pedágio na BR-116 entre Camaquã e Porto Alegre também estão entre as pautas da região.

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