O início das atividades da OZ.Earth no complexo da Cooperativa Sul-Riograndense de Laticínios (Cosulati) está sem data definida. As ações movidas pelos associados da cooperativa têm postergado a instalação definitiva da empresa paulista que atua no setor de alimentos. No final do ano passado, o imóvel, com alguns maquinários, foi arrematado por mais de R$ 50 milhões em leilão, certame que está sendo contestado na justiça, entre outras ações.
De acordo com a juíza da 4ª Vara do Trabalho, Ana Ilca Härter Saalfeld, no período previsto para contestação, uma das partes ingressou com recursos e agravos de petição que ainda tramitam no Tribunal de Justiça. De acordo com a defesa dos associados, os cooperativados querem a anulação do leilão na tentativa de retomar as atividades no complexo. Caso isso não ocorra, cada um assumirá uma dívida com o Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem). “São idosos que só têm a terra e a casa para entregar caso seja empenhada a dívida”, diz o advogado de defesa, Josino Silveira. No auge da produção, a Cosulati tinha quase três mil associados de 45 municípios e produzia 350 mil litros de leite por dia.
Prazos
Para começar a operar, a OZ Earth precisa ainda ter a carta de arrematação, que é expedida pela juíza. Para isso, os recursos terão que ser julgados, explica a magistrada. A partir de então a empresa terá 180 dias para cumprir com o pagamento, cláusula que consta no edital do leilão das estruturas. Ana Ilca ressalta que até hoje surgem novas ações trabalhistas contra a Cosulati, motivo pelo qual levou o prédio à leilão, com mais de 300 processos de reparação trabalhista, o que soma uma dívida de R$ 30 milhões.
Enquanto as ações transcorrem na Justiça, a OZ.Earth tem a posse provisória do espaço e só pode atuar na limpeza do local. “A determinação serve para conservar o imóvel intacto, evitar ação criminosa, furtos, depredação, entre outros, enquanto aguardamos os julgamentos dos recursos”, destaca Ana Ilca.
Expectativa
De acordo com a assessoria do CEO Igor Elias, a Oz.Earth aguarda para poder começar definitivamente os trabalhos, que hoje estão sendo feitos apenas de maneira exploratória. “Neste momento, estamos realizando análises e avaliações para retomar gradualmente a produção e tomar importantes decisões, como por qual setor será esta retomada, quanto vai custar para pôr em funcionamento cada etapa, quais são os danos na planta, entre outros”.
Este levantamento foi autorizado pela juíza e, por isso, foi montado um escritório que funciona dentro da fábrica e faz análises, além da gestão da segurança, da limpeza, da manutenção de portas e outros itens.
A área
O complexo industrial, que está em uma área total construída de 17,5 mil metros quadrados, tem os imóveis da fábrica avaliados pela Justiça em R$ 23,1 milhões, e as máquinas e equipamentos, em R$ 75,1 milhões. A empresa aguarda para que o processo tenha um desfecho final logo e a Oz.Earth inicie as operações completando assim a cadeia do leite e gerando empregos na região.