Pelotas tem intensificado os debates e iniciativas voltadas para a ampliação do ensino integral em suas escolas. Com cinco instituições municipais já inseridas nesse modelo, a Secretaria Municipal de Educação (SME) planeja expandir o atendimento, visando garantir um ensino de qualidade e alinhado às diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE). Neste ano, a rede estadual inseriu a escola Dom João Braga no formato. Com isso, chega a 11 em turno integral.
Atualmente, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professora Maria Helena Vargas da Silveira é a única que opera exclusivamente em regime integral da rede municipal. Outras quatro escolas funcionam parcialmente com essa modalidade: Bruno Chaves, Dona Maria Joaquina, Doutor Mário Meneghetti e Francisco Caruccio.
De acordo com o Secretário de Educação, Mauro Del Pino, a meta da gestão é expandir a oferta do ensino integral, alcançando 25% das escolas do município até o final da gestão. O objetivo da pasta é garantir que mais crianças tenham acesso a um ensino ampliado, não apenas em termos de carga horária, mas também na formação integral do estudante.
Uma das próximas instituições a receber a modalidade integral é a escola do Núcleo Habitacional Getúlio Vargas, atualmente atendida por contêineres. A proposta é oferecer um ambiente adequado e estruturado para o ensino integral, proporcionando maior suporte à comunidade local. Além disso, está em andamento a construção da Emef Darcy Ribeiro, no corredor do Obelisco, com financiamento do governo federal, que também será integral.
O governo está conduzindo um mapeamento detalhado das instituições, revisitando documentações e analisando dados do Censo Escolar de 2022 a 2024. A intenção é ampliar gradativamente o número de vagas e garantir que a transição para o modelo integral ocorra de maneira estruturada e eficiente.
Rede estadual
Marismar da Silva, assessora dos Programas Mentoria Pedagógica e Jovem de Futuro da 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), reforça que a implantação do ensino integral ocorre após uma consulta à comunidade escolar. A mudança precisa ser aprovada por docentes, funcionários, estudantes e responsáveis. “Não se trata apenas de ampliar a carga horária, mas de criar um ambiente de aprendizado que desenvolva o protagonismo juvenil e prepare os estudantes para seu projeto de vida”, ressalta.
No ensino médio, a adesão ao tempo integral também está crescendo. Em 2025, são 11 escolas estaduais da 5ª CRE adotando essa modalidade, incluindo o Colégio Estadual Dom João Braga, em Pelotas, que aderiu à modalidade neste ano letivo. Segundo Ana Lacau, supervisora do ensino integral do colégio, o objetivo é proporcionar aos alunos um ensino mais dinâmico, incluindo atividades extracurriculares como os clubes de protagonismo. Esses grupos visam desenvolver os alunos nas áreas em que eles possuem mais afinidade e fazer deste um momento só deles. Nesta semana, a escola está recolhendo as ideias para pôr em prática nas próximas fases, tudo previsto pelo plano da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
Ana destaca que a adesão tem sido positiva, apesar dos desafios iniciais. Ela aponta que essa fase ainda é de adaptação, porém os estudantes estão engajados, sugerindo atividades, os grupos e os formatos que gostariam de ver na escola. “Isso contribui para que o ensino seja mais significativo e alinhado às expectativas da juventude”, afirma.